Fórum para a Competitividade estima “forte abrandamento do crescimento” português

Fórum para a Competitividade estima “forte abrandamento do crescimento” português


“Enquadramento externo, a política monetária restritiva (sentida de modo mais intenso em Portugal) e a incerteza política deverão ser os fatores principais para esta evolução”.


O Fórum para a Competitividade estima “um forte abrandamento do crescimento de Portugal”, de entre 2,1% a 2,2% em 2023 para entre 0,9% e 1,3% em 2024, com recuperação para entre 1,6% e 2,1% em 2025. E justifica que “o enquadramento externo, a política monetária restritiva (sentida de modo mais intenso em Portugal) e a incerteza política deverão ser os fatores principais para esta evolução”.

Nas suas perspetivas empresariais, o fórum liderado por Pedro Ferraz da Costa estima ainda um abrandamento da inflação nacional, de 4,3% em 2023 para entre 2,4% e 2,9% em 2024 e entre 1,8% e 2,3% em 2025.

Na nota lê-se que “o 4º trimestre apresentou dois choques significativos: o início da guerra entre o Hamas e Israel e a demissão do primeiro-ministro português”. No entanto, acrescenta, “a guerra não tem tido um impacto significativo, tendo-se verificado sucessivas quedas dos preços da energia. Já em relação ao fim do governo, a aprovação do orçamento permitiu limitar os impactos imediatos, mas parece que eles se estenderão pelos próximos meses”. No seu conjunto, lê-se ainda, “o a economia portuguesa terá tido uma variação em cadeia entre 0% e 0,3% no 4º trimestre, o que permitirá evitar a chamada ‘recessão técnica’”.

O Fórum para a Competitividade diz que “os riscos internacionais subiram, com potencial para menor crescimento e maior inflação, o que poderá vir a refrear o atual elevado otimismo sobre a descida das taxas de juro dos bancos centrais”.

E acrescenta que “dificilmente” as eleições legislativas de março “conseguirão produzir um governo baseado numa maioria estável, pelo que a incerteza política diminuirá de modo limitado”.

Ainda assim, o Fórum para a Competitividade está otimista e diz que o segundo semestre “terá condições para ser mais favorável, com a provável descida de taxas de juro pelo BCE e alguma definição política, pelo menos no curto prazo”, acrescentando que “o consumo privado e o investimento poderão beneficiar da descida das taxas de juro, enquanto as exportações poderão colher frutos de uma conjuntura internacional que estará a desanuviar-se”.

Para 2025, espera-se “uma normalização da atividade económica, quer na zona euro quer em Portugal, que já deverão crescer a níveis próximo do seu potencial”. E a sucessiva diminuição das taxas de juro e a esperada redução dos riscos geopolíticos “deverão contribuir para aquela normalização, embora possam surgir novas fontes de perturbação atualmente não previstas”.