O relatório anual da Campanha do Emblema da Imprensa (CEI), considerou, que 2023 foi o ano mais mortífero, da última década, para os jornalistas, tendo sido registadas, pelo menos, 140 mortes violentas de repórteres em 28 países.
Os dados divulgados, pela organização não-governamental (ONG), registam um aumento anual, de mais de 20%, em relação a 2022, ano em que foram mortos 116 jornalistas.
Para a CEI, a Faixa de Gaza tem sido palco no maior número de mortes de profissionais da comunicação social em todo o mundo, com 81 óbitos desde o reacendimento no conflito entre o Israel e o Hamas, a 07 de outubro.
O relatório realça que, nesse conflito, registou-se o maior número de vítimas, de meios de comunicação social em tão pouco tempo – entre 07 de outubro e 31 de dezembro – havendo quase um jornalista morto por dia nos últimos três meses de 2023.
A presidente da CEI, Baise Lempen, afirmou ser difícil verificar se estes jornalistas, em muitos dos casos palestinianos que trabalhavam para meios de comunicação locais e estrangeiros, foram visados devido à sua profissão, ou se foram mortos em ataques israelitas.
Para além da Faixa de Gaza, o relatório anual da CEI realça que nalgumas regiões da América Latina a situação também não melhorou, como é o caso do México, considerado o segundo lugar mais mortífero do mundo para jornalistas em 2023, com nove repórteres mortos.
A Guatemala é considerada o terceiro mais mortífero, com cinco assassínios.
Outro país destacado no relatório da CEI 2023 foi a Ucrânia, onde a guerra deixou um total de quatro jornalistas mortos, o mesmo número contabilizado em Israel, na sequência dos ataques do movimento islamita Hamas, a 7 de outubro.
Por regiões, o Médio Oriente ocupa o primeiro lugar com 64% das mortes registadas em 2023, dois terços das vítimas, seguido da América Latina com 20, Ásia com 12, África com 11, Europa com quatro e América do Norte com três.