Contributo para a história do 25 de novembro de 1975


A preparação, a execução, os mitos e os equívocos, os esquecidos e maltratados Convocados, o pós contragolpe, a Comissão Organizadora da Associação de Comandos, a Associação de Comandos.


A 25 de Novembro de 2023, completam-se 48 anos dos acontecimentos militares e políticos do 25 de Novembro de 1975 e entra-se no quadragésimo oitavo ano de uma nova fase da vida politica em Portugal.

Falar-se do 25 de Novembro sem se ter em conta o imprescindível e importantíssimo contributo dos “Comandos na disponibilidade”, na Comissão Instaladora da Associação de Comandos e na própria Associação de Comandos, seria uma traição à homenagem que lhes são devidas.

Não tenho qualquer dúvida em afirmar que não haveria o contragolpe do 25 de Novembro de 1975 se um grupo de “Comandos na disponibilidade e com experiência de guerra no Ultramar” não se disponibilizasse a deixar as suas famílias e empregos para serem incorporados novamente no Exercito.

O signatário atraiçoaria o patriotismo dos 260 “Comandos Convocados”, do “espírito Comando” e da Associação de Comandos, se não desse o seu humilde e honesto testemunho sobre os acontecimentos, com o conhecimento factual de quem, tendo sido um dos “Comandos Convocados”, tivesse sob o seu comando a Companhia de Comandos 122 no teatro de operações.

Repito:

A tropa Comando, constituindo-se num batalhão estacionado no quartel da Amadora não se empenharia se não tivesse sido reforçada com os 260 “Comandos Convocados”,

e por que razão?

Após o 11 de Março de 1975 e da célebre assembleia do MFA, a situação política agudizou-se sobremaneira, o que levou certas forças politicas, sociedade civil e castrense moderada a ponderar a preparação de um plano de acção tendente a travar a voracidade totalitária que encaminhava o País para uma ditadura totalitária de esquerda.

Desse plano de acção fizeram parte militares Comandos na disponibilidade e que também pertenciam ao restrito grupo da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos, plano de acção esse direccionado principalmente à recolha de informação, quer civil quer militar, que se veio a pautar por um elevado contributo para o planeamento de acção militar que se previa ter de vir a acontecer.

No decorrer do PREC uma razoável parte de oficiais, Sargentos e Praças do Batalhão de Comandos foram também ideologicamente contaminados e o Major Jaime Neves (na altura), comandante do Batalhão, foi mesmo saneado tendo ficado com a sua entrada no quartel da Amadora vedada, tendo perdido a sua própria confiança na força militar que estava anteriormente sob o seu comando.

Tal situação despoletou a intervenção de alguns Comandos na disponibilidade e simultaneamente integrantes de um grupo restrito da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos a tomaram a iniciativa de abordar o Major Jaime Neves com o objectivo do desenvolvimento de iniciativas tendentes à sua reentrada no quartel e à consequente retoma do seu comando.

A sua falta de confiança e a resiliência e o patriotismo emanado e regido pelo Código Comando consubstanciaram a necessidade de reforçar o Batalhão de Comandos da Amadora com efectivos operacionais fiáveis e com experiência de combate que promovessem inteira confiança de acção ao Major Jaime Neves.

Foi assim constituído o AMI (Agrupamento Militar de Intervenção) que incluiria 3 Companhias de Comandos, 3 Companhias de Paraquedistas e 3 Agrupamentos de Fuzileiros.

Por razões óbvias da altura nem os Paraquedistas nem os Fuzileiros formaram tais contingentes, tendo somente os Comandos formado 2 Companhias de Comandos, as denominadas companhias de “CONVOCADOS”, com os números 121 e 122, cujos seus oficiais, sargentos e praças deram entrada faseada no Batalhão (que, entretanto, passou a Regimento) a 1 de Setembro e Outubro de 1975. Uma terceira Companhia de CONVOCADOS, a 123, só foi formada posteriormente e após as operações militares do 25 de Novembro de 1975.

De salientar que, somente e unicamente se deve ao esforço e contributo dos já mencionados ex-militares integrantes do reduzido grupo da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos o recrutamento dos ex – combatentes Comandos que, para o efeito, correram Portugal de lés a lés arregimentando ex-companheiros de armas.

Por conseguinte, se não tivessem sido formadas as 2 Companhias, o já então Coronel Jaime Neves não envolveria o Regimento ou pelo menos não o empenharia nas acções militares com maior exigência operacional e essenciais à obtenção dos objectivos planeados.

Em livros, artigos ou em outros meios sobre o 25 de Novembro de 1975, nunca foram aprofundados nem sequer relatados factos importantíssimos para informar condignamente os Portugueses, hoje com pelo menos 48 anos de idade, muito menos a juventude de hoje que estou certo nem sequer sabe o que foi o 25 de Novembro.

Muitas inverdades foram escritas, outras verdades foram escamoteadas, mitos foram criados, nomeadamente sobre militares que mais tarde os guindaram a posições de destaque e de responsabilidade civil, militar e política totalmente desmerecidas.

É de lamentar que após o 25 de Novembro, os “Convocados” tivessem sido votados ao esquecimento pelas novas forças no poder, muitos foram perseguidos e injuriados, outros obrigados a deixarem as suas terras e empregos e que somente com o apoio psicológico e material dado pelo sector social da Associação de Comandos, que em 14 de Novembro de 1975 tinha sido esforçadamente legalizada, conseguiram refazer as suas vidas, reiniciando as suas carreiras profissionais e níveis financeiros mínimos.

Reside ainda na cabeça de uma grande maioria dos Portugueses que o 25 de Novembro foi um golpe militar perpetrado por militares reacionários de direita, contra o 25 de Abril de 1974. Deve-se tal interpretação à continuidade da desinformação promovida até hoje pelos partidos políticos de esquerda radical na actualidade e de outros que desapareceram ou sem expressão política presentemente.

Não celebramos o golpe em 25 de Novembro intentado pelas forças militares afectas aos partidos da esquerda radical, mas sim o contragolpe militar em 25 de Novembro de 1975 levado a cabo pelas forças armadas na defesa dos anseios da esmagadora maioria dos portugueses.

O 25 de Abril de 1974, derrubou o Marcelismo mas não implantou em Portugal a democracia. Pelo contrário, deu abertura à implantação de um regime de esquerda radical que só teve o seu termo com o 25 de Novembro.

Lamentamos profundamente a morte dos dois comandos, Furriel Pires e Tenente Coimbra.

A democracia em Portugal só teve início após o contragolpe do 25 de Novembro prevalecer.

Por isso, teimosamente e anti-patrioticamente, as forças politicas radicais de esquerda, com poder influenciador nos “media”, fazem com que seja adulterado o cerne do 25 de Novembro e tudo têm feito para que esta importante data não tenha a devida importância para ser festejada condignamente e oficialmente por Portugal e pela maioria dos Portugueses.

Viva Portugal.

MAMA SUME

 

Capitão Miliciano de Cavalaria Comando 3.ª Companhia de Comandos
Alferes e Tenente Guiné 1966 /68
122.ª Companhia de Comandos (Convocados)
Comandante de Companhia Amadora
Cruz de Guerra de 1.ª Classe
Cruz de Guerra de 1.ª Classe Colectiva de companhia
Promoção por Distinção
Prémio Governador da Guiné
3 Flâmulas operacionais

Contributo para a história do 25 de novembro de 1975


A preparação, a execução, os mitos e os equívocos, os esquecidos e maltratados Convocados, o pós contragolpe, a Comissão Organizadora da Associação de Comandos, a Associação de Comandos.


A 25 de Novembro de 2023, completam-se 48 anos dos acontecimentos militares e políticos do 25 de Novembro de 1975 e entra-se no quadragésimo oitavo ano de uma nova fase da vida politica em Portugal.

Falar-se do 25 de Novembro sem se ter em conta o imprescindível e importantíssimo contributo dos “Comandos na disponibilidade”, na Comissão Instaladora da Associação de Comandos e na própria Associação de Comandos, seria uma traição à homenagem que lhes são devidas.

Não tenho qualquer dúvida em afirmar que não haveria o contragolpe do 25 de Novembro de 1975 se um grupo de “Comandos na disponibilidade e com experiência de guerra no Ultramar” não se disponibilizasse a deixar as suas famílias e empregos para serem incorporados novamente no Exercito.

O signatário atraiçoaria o patriotismo dos 260 “Comandos Convocados”, do “espírito Comando” e da Associação de Comandos, se não desse o seu humilde e honesto testemunho sobre os acontecimentos, com o conhecimento factual de quem, tendo sido um dos “Comandos Convocados”, tivesse sob o seu comando a Companhia de Comandos 122 no teatro de operações.

Repito:

A tropa Comando, constituindo-se num batalhão estacionado no quartel da Amadora não se empenharia se não tivesse sido reforçada com os 260 “Comandos Convocados”,

e por que razão?

Após o 11 de Março de 1975 e da célebre assembleia do MFA, a situação política agudizou-se sobremaneira, o que levou certas forças politicas, sociedade civil e castrense moderada a ponderar a preparação de um plano de acção tendente a travar a voracidade totalitária que encaminhava o País para uma ditadura totalitária de esquerda.

Desse plano de acção fizeram parte militares Comandos na disponibilidade e que também pertenciam ao restrito grupo da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos, plano de acção esse direccionado principalmente à recolha de informação, quer civil quer militar, que se veio a pautar por um elevado contributo para o planeamento de acção militar que se previa ter de vir a acontecer.

No decorrer do PREC uma razoável parte de oficiais, Sargentos e Praças do Batalhão de Comandos foram também ideologicamente contaminados e o Major Jaime Neves (na altura), comandante do Batalhão, foi mesmo saneado tendo ficado com a sua entrada no quartel da Amadora vedada, tendo perdido a sua própria confiança na força militar que estava anteriormente sob o seu comando.

Tal situação despoletou a intervenção de alguns Comandos na disponibilidade e simultaneamente integrantes de um grupo restrito da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos a tomaram a iniciativa de abordar o Major Jaime Neves com o objectivo do desenvolvimento de iniciativas tendentes à sua reentrada no quartel e à consequente retoma do seu comando.

A sua falta de confiança e a resiliência e o patriotismo emanado e regido pelo Código Comando consubstanciaram a necessidade de reforçar o Batalhão de Comandos da Amadora com efectivos operacionais fiáveis e com experiência de combate que promovessem inteira confiança de acção ao Major Jaime Neves.

Foi assim constituído o AMI (Agrupamento Militar de Intervenção) que incluiria 3 Companhias de Comandos, 3 Companhias de Paraquedistas e 3 Agrupamentos de Fuzileiros.

Por razões óbvias da altura nem os Paraquedistas nem os Fuzileiros formaram tais contingentes, tendo somente os Comandos formado 2 Companhias de Comandos, as denominadas companhias de “CONVOCADOS”, com os números 121 e 122, cujos seus oficiais, sargentos e praças deram entrada faseada no Batalhão (que, entretanto, passou a Regimento) a 1 de Setembro e Outubro de 1975. Uma terceira Companhia de CONVOCADOS, a 123, só foi formada posteriormente e após as operações militares do 25 de Novembro de 1975.

De salientar que, somente e unicamente se deve ao esforço e contributo dos já mencionados ex-militares integrantes do reduzido grupo da Comissão Instaladora da futura Associação de Comandos o recrutamento dos ex – combatentes Comandos que, para o efeito, correram Portugal de lés a lés arregimentando ex-companheiros de armas.

Por conseguinte, se não tivessem sido formadas as 2 Companhias, o já então Coronel Jaime Neves não envolveria o Regimento ou pelo menos não o empenharia nas acções militares com maior exigência operacional e essenciais à obtenção dos objectivos planeados.

Em livros, artigos ou em outros meios sobre o 25 de Novembro de 1975, nunca foram aprofundados nem sequer relatados factos importantíssimos para informar condignamente os Portugueses, hoje com pelo menos 48 anos de idade, muito menos a juventude de hoje que estou certo nem sequer sabe o que foi o 25 de Novembro.

Muitas inverdades foram escritas, outras verdades foram escamoteadas, mitos foram criados, nomeadamente sobre militares que mais tarde os guindaram a posições de destaque e de responsabilidade civil, militar e política totalmente desmerecidas.

É de lamentar que após o 25 de Novembro, os “Convocados” tivessem sido votados ao esquecimento pelas novas forças no poder, muitos foram perseguidos e injuriados, outros obrigados a deixarem as suas terras e empregos e que somente com o apoio psicológico e material dado pelo sector social da Associação de Comandos, que em 14 de Novembro de 1975 tinha sido esforçadamente legalizada, conseguiram refazer as suas vidas, reiniciando as suas carreiras profissionais e níveis financeiros mínimos.

Reside ainda na cabeça de uma grande maioria dos Portugueses que o 25 de Novembro foi um golpe militar perpetrado por militares reacionários de direita, contra o 25 de Abril de 1974. Deve-se tal interpretação à continuidade da desinformação promovida até hoje pelos partidos políticos de esquerda radical na actualidade e de outros que desapareceram ou sem expressão política presentemente.

Não celebramos o golpe em 25 de Novembro intentado pelas forças militares afectas aos partidos da esquerda radical, mas sim o contragolpe militar em 25 de Novembro de 1975 levado a cabo pelas forças armadas na defesa dos anseios da esmagadora maioria dos portugueses.

O 25 de Abril de 1974, derrubou o Marcelismo mas não implantou em Portugal a democracia. Pelo contrário, deu abertura à implantação de um regime de esquerda radical que só teve o seu termo com o 25 de Novembro.

Lamentamos profundamente a morte dos dois comandos, Furriel Pires e Tenente Coimbra.

A democracia em Portugal só teve início após o contragolpe do 25 de Novembro prevalecer.

Por isso, teimosamente e anti-patrioticamente, as forças politicas radicais de esquerda, com poder influenciador nos “media”, fazem com que seja adulterado o cerne do 25 de Novembro e tudo têm feito para que esta importante data não tenha a devida importância para ser festejada condignamente e oficialmente por Portugal e pela maioria dos Portugueses.

Viva Portugal.

MAMA SUME

 

Capitão Miliciano de Cavalaria Comando 3.ª Companhia de Comandos
Alferes e Tenente Guiné 1966 /68
122.ª Companhia de Comandos (Convocados)
Comandante de Companhia Amadora
Cruz de Guerra de 1.ª Classe
Cruz de Guerra de 1.ª Classe Colectiva de companhia
Promoção por Distinção
Prémio Governador da Guiné
3 Flâmulas operacionais