O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, expressou veementemente a necessidade de acesso aos metadados durante uma conferência sobre "Liberdade e Segurança na Era Digital" na Assembleia da República. Neves afirmou que a falta de acesso a esses dados é prejudicial para as investigações, chamando-a de "assassinato às investigações". Argumentou também que a restrição ao acesso aos metadados não é exclusiva de Portugal, mas é influenciada por interpretações restritivas do Tribunal de Justiça da União Europeia.
Luís Neves apresentou exemplos de casos recentes, como o desaparecimento e morte de um jovem de 16 anos e o sequestro e agressão a um cidadão, nos quais ele acredita que o acesso aos metadados teria sido crucial para as investigações.
Os metadados não revelam o conteúdo das comunicações, mas fornecem informações contextuais, como quem fez uma chamada, de onde, para quem e por quanto tempo. Neves argumentou que esses dados são essenciais para investigações criminais.
Mencionou a aprovação de uma nova versão da legislação relacionada aos metadados no parlamento, apesar das versões anteriores terem sido rejeitadas pelo Tribunal Constitucional. O Presidente da República enviou o decreto para fiscalização preventiva por razões de "segurança jurídica". A nova legislação prevê a retenção de dados de tráfego e localização por três meses, prorrogáveis até um ano para investigações de crimes graves, com autorização judicial.
Luís Neves enfatizou a importância de uma "cultura de segurança" e destacou a necessidade de ações preventivas, educação e comunicação eficaz com os cidadãos para enfrentar os desafios atuais da criminalidade digital. Também mencionou os esforços da Polícia Judiciária em lidar com crimes que afetam o tecido empresarial e a estrutura do Estado.