Comprar uma casa está 55% mais caro do que o valor procurado. Esta é uma das principais conclusões do novo estudo do Imovirtual, focado na comparação entre a procura vs a oferta, ao longo dos últimos três meses – agosto, setembro e outubro. Nos últimos três meses, a nível nacional, comprar uma habitação custa em média 431 946 euros, sendo que as pessoas pesquisam por casas no valor médio de 277 866 euros.
Os dados mostram que Leiria (30%), Aveiro (29%), Viseu (29%) e Évora (28%) “são os distritos com maior discrepância entre os preços anunciados no mercado e os valores procurados pelos utilizadores e são, atualmente, a principal razão para que exista uma diferença nacional tão grande entre a procura e a oferta”.
Já Bragança (1%), Portalegre (2%), Beja (8%), Castelo Branco (12%) e Santarém (12%) são os distritos em que valores entre a oferta e procura estão mais equilibrados. Comprar uma casa em Bragança custa, em média, 156 172 euros e os utilizadores procuraram por valores semelhantes: 155 155 euros.
Em Portalegre está a ser anunciado, em média, por 138 999 euros e as pessoas procuram por 136 073 euros, em Beja a oferta ronda, em média, os 185 651 euros e a procura está nos 171 995 euros, em Castelo Branco comprar custa, em média, 145 739 euros e os utilizadores procuram por 130 169 euros. Já em Santarém acontece o mesmo, o preço médio de compra ronda os 221 095 euros e a procura anda em torno dos 196 992 euros.
Guarda (-1%) e Setúbal (0%) são os únicos distritos em que os preços médios da procura são superiores aos da oferta. Os utilizadores procuram, na Guarda, por 130 318 euros e está a ser anunciado por 129 109 euros, em Setúbal procuram por 414 323 euros e a oferta ronda os 412 867 euros.
Nas Ilhas, existem as duas realidades, nos Açores (-15%) também se verificou um valor de oferta menor que o da procura – 228 169 e 269 301 euros, respetivamente. Na Madeira (29%), acontece o oposto, a oferta está por 470 786 euros e a procura centra-se em 364 737 euros.
“No distrito de Lisboa a procura mantém-se elevada, contudo, há um desfasamento de 24% entre o que está a ser procurado (518 642 euros) e o que realmente está anunciado (641 207 euros). Contudo, se analisarmos somente o concelho de Lisboa, chegamos a uma conclusão: as pessoas procuram imóveis 715 515 euros e a oferta está nos 733 521 euros, ou seja, mais equilibrado”, diz o Imovirtual.
Olhando para o Porto, este é o segundo distrito do país a nível de procura, “porém, há um desfasamento semelhante ao de Lisboa (22%) entre o que está a ser procurado (315 484 euros) e o que realmente está anunciado (386 257 euros)”.
“Em concelhos como Lisboa, Porto e Setúbal vemos que as expectativas já estão ajustadas à realidade por serem regiões mais populosas e já muito exploradas nos meios. Mas de uma maneira geral ainda temos muita diferença entre o que portugueses podem pagar e o valor anunciado das casas”, diz Sylvia Bozzo, Marketing Manager do Imovirtual.