Esta semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, irá reunir-se com Xi Jinping, o seu homólogo chinês, para discutir as relações bilaterais que “estão em plena expansão”, afirmou esta segunda-feira, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
Quem anunciou o encontro foi o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, numa reunião com o seu homólogo chinês, Wang Yi, em Pequim.
A convite do Presidente chinês, Putin participará no 3º Forúm da Faixa e Rota, o gigantesco projeto de infraestruturas internacional lançado pela China.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, previu ainda que a participação de Putin no fórum e o seu diálogo com Xi “vão ser muito úteis” para o progresso da interação estratégica entre Pequim e Moscovo.
Já Lavrov está certo de que o fórum será “bem-sucedido” pois “o facto de quase 150 delegações de vários países e organizações participarem no fórum sublinha a importância deste projeto e as suas muito boas perspetivas”.
Numa entrevista concedida ao China Media Group, e antes da sua visita a Pequim, Vladimir Putin defende que "talvez seja demasiado cedo para insistir nisso, mas tenho a certeza de que vão ser assinados contratos, estabelecidos novos contactos entre os agentes económicos e chefes de governo", acrescentado que espera o melhor do fórum.
Para o Presidente russo, as propostas do seu país têm várias páginas e, além do mais, sublinha que "cada projeto pode representar algo em que trabalharemos durante mais de um ano, talvez uma década".
Putin disse ainda que não tem dúvidas de que o comércio entre Rússia e China vai atingir os 200 mil milhões de dólares que ele e Xi estabeleceram como objetivo até ao final do ano.
O líder russo sublinhou ainda que os dois países têm uma cooperação intensa no domínio da energia, especialmente no fornecimento de petróleo e gás.
A nível geopolítico, Lavrov sublinhou que as relações entre Rússia e China são um "fator fundamental" para a estabilidade do mundo e que ambas as nações estão empenhadas na multipolaridade e não no "pensamento colonial" dos Estados Unidos.
Designado por Xi como o "projeto do século", a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.
As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais elétricas e outras infraestruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico.