O presidente do Conselho Europeu convocou os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para uma reunião extraordinária para definir uma posição comum sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
“As cenas trágicas que se desenrolam na Faixa de Gaza, resultantes do cerco e da falta de [acesso] a necessidades básicas, combinadas com a destruição provocada por bombardeamentos significativos [de Israel], estão a fazer soar o alarme para a comunidade internacional”, escreve Charles Michel aos líderes dos 27.
Por essa razão, o presidente do Conselho convocou “um Conselho Europeu extraordinário, que vai realizar-se por videoconferência na terça-feira”, às 16h30 em Lisboa, uma vez que “é da maior importância que o Conselho Europeu, em linha com os tratados e os nossos valores, estabeleça uma posição comum e uma linha de ação clara e unificada que reflita a complexidade da situação que se desenrola”.
Na opinião de Charles Michel, o conflito “tem muitas consequências, incluindo para a UE” que “sempre foi e tem de continuar a ser uma firme defensora da paz e do respeito pela lei internacional, como foi com a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”.
Da parte portuguesa, o primeiro-ministro defendeu este sábado que Israel tem o direito de se defender agindo militarmente, mas também tem de o fazer respeitando as populações civis de Gaza. “Israel tem todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas, mas respeitando as populações civis da Palestina”, disse António Costa e que “as mulheres, os homens e as crianças que vivem na Faixa de Gaza” têm de ver assegurado “o seu direito humanitário”.
Em França, o ministro do Interior afirmou hoje que se registaram 189 atos antissemitas em França desde o ataque do movimento terrorista palestiniano Hamas a Israel, a 07 de outubro. “Foram registados 189 atos antissemitas desde sábado passado e também 2.449 denúncias na plataforma Pharos relacionadas com a apologia do terrorismo ou comentários antissemitas na Internet”, declarou Gérald Darmanin.
A França tem uma comunidade judaica de quase 500 mil pessoas, a maior da Europa. A comunidade muçulmana de França também está entre as maiores do continente, onde tem havido manifestações pró-Palestina e atos anti-semitas.
No Reino Unido milhares de pessoas manifestaram apoio à Palestina no sábado em Londres e outras cidades. A polícia e o governo britânico notaram um aumento no crime antissemita no Reino Unido e incidentes desde o ataque do Hamas no sábado passado.
Oficiais em Sussex, sudeste da Inglaterra, prenderam uma mulher de 22 anos na sexta-feira suspeita de ter feito um discurso em apoio ao Hamas, organização que a Grã-Bretanha considera terrorista proibida. O que pode levar apoiantes da organização a cumprir penas prisão de até 14 anos.
A polícia disse esta semana que as manifestações gerais de apoio aos palestinianos, incluindo o hastear da bandeira palestiniana, não são proibidas, mas reiterou que apoiar o Hamas é um crime.