O grupo Climáximo invadiu, na noite de quarta para quinta-feira, o campo de golfe do Paço do Lumiar. Os ativistas cimentaram vários buracos e substituíram as bandeiras pela sua mensagem, que diz: “Desarmar as Armas”.
“A semana passada, na Índia, chuvas intensas fizeram transbordar um lago glacial, causando grandes inundações. Foram afetadas 22 mil pessoas. Há 40 mortos, 26 pessoas feridas e outras 102 dadas como desaparecidas. Há mais 200 lagos como este em risco muito elevado de transbordarem, e causarem mais destruição”, diz o grupo, num comunicado enviado às redações.
“A crise climática transformou cada um destes lagos numa mina aquática, prestes a explodir e matar dezenas de pessoas à mínima perturbação meteorológica” avisa ainda o coletivo, acrescentando que, “segundo os cientistas, os oceanos estão a aquecer ao mesmo ritmo do que se cinco bombas atómicas de Hiroshima fossem lançadas na água a cada segundo”.
“E estes espaços, dentro da cidade, ao invés de serem convertidos em floresta, habitação, hortas urbanas, ou dados qualquer tipo de uso público, servem para o luxo dos ricos, à custa de uma quantidade absurda de água” diz uma das pessoas que fez a ação. “São como uma torre de marfim onde os culpados por estas crises se escondem enquanto a população sofre com a seca e ondas de calor.”
"Nós sabemos como parar esta guerra e instaurar a paz. E isso significa que as empresas, os CEOs e acionistas que gastam os seus lucros exorbitantes nestes campos de luxo têm que pagar a transição energética” diz ainda o coletivo. “Precisamos também de revalorizar o bem comum. O lazer, a cultura e o desporto têm que ser acessíveis para todas as pessoas, não o luxo de uma elite.”
“As pessoas comuns estão a sofrer, a serem despejadas por senhorios ou inundações, sujeitas à precariedade pelos preços de uma energia fóssil e obsoleta, enquanto uma elite goza descaradamente dos seus luxos. Vais aceitar isto?”, conclui.