Francisca Albarran-Bonde. A nova poderosa da banca

Francisca Albarran-Bonde. A nova poderosa da banca


Foi considerada pela Forbes a 16.ª mulher mais poderosa no mundo dos negócios. Deixou Portugal para fazer o seu mestrado em Londres e nunca mais voltou. Francisca Albarran-Bonde é vice-presidente da área de investimento do Bank of America e diz que em Inglaterra só lhe falta o sol


É a prova de que as mulheres, ao contrário do que muitos pensam e do que a sociedade muitas vezes impinge, podem chegar a todo o lado. Estudou em Portugal, mas depois de ter viajado rumo a Londres, nunca mais voltou profissionalmente. Com apenas 29 anos, mas com experiência suficiente na área financeira, assumiu recentemente o cargo de vice-presidente da área de investimento do Bank of America, no país. Francisca Albarran-Bonde está em 16.º lugar no ranking da Forbes das 50 Mulheres Mais Poderosas nos Negócios. Afinal quem é esta mulher poderosa da banca?

Terceira filha do falecido jornalista Artur Albarran e da também jornalista Paula Colaço (atualmente na Câmara Municipal de Cascais), Francisca licenciou-se em Economia, na Nova SBE. Depois rumou a Londres para fazer um mestrado em Finanças pela Cass Business School e já não regressou. Passou ainda pela SGCIB – Societé Generale Corporated and Investment Banking, de 2017 a 2019, seguida de mais dois anos no Perella Weinberg Partners. Foi em setembro de 2021 que entrou no Bank of America, como associada na área de banca de investimento. Este ano, assumiu a vice-presidência desta divisão de negócio. A jovem lidera uma equipa analistas e associados e representa agora a instituição financeira em todos os negócios que envolvem investimento na área dos recursos naturais e transição energética nos países lusófonos. O Bank of America gere ativos no valor de mais de três mil milhões de euros e no final do exercício de 2022 gerou receitas de 130 mil milhões de dólares (mais de 121 mil milhões de euros).

Em abril, numa entrevista para o podcast ‘O CEO é o limite’, do jornal Expresso, admitia que ter o trabalho que tem, na área que sempre quis: banca de investimento e com a exposição que tem atualmente, «seria difícil em Portugal». E acrescentou: «Trabalhamos com clientes e negócios que definem a sociedade e a economia da qual fazemos parte», admitindo que essa missão lhe dá um grande «sentido de realização». 

No entanto, reconheceu que o caminho é duro. Além de não ter sido fácil chegar a Wall Street também foi necessário que a jovem portuguesa «traçasse várias rotas». Além disso, de acordo com o mesmo podcast, o grau de exigência que enfrenta diariamente para se manter competitiva na sua posição exige «muita resiliência, porque as coisas não se conseguem de imediato e à primeira tentativa».

Para se manter no lugar que conquistou, é também necessário «um enorme sentido de compromisso» e «resistência para aguentar rotinas de trabalho em que as 24 horas do dia não são suficientes». Segundo Francisca, um dia normal na sua agenda começa às nove da manhã e cessa apenas à meia noite. 

«Há dias melhores, mas também há outros muito piores», adiantou, acrescentando que como vice-presidente, esta rotina de trabalho é «bastante melhor» do que a que teve em início de carreira. «À medida que progredimos os horários também melhoram», frisou. Interrogada sobre o regresso ao seu país natal, Francisca adiantou que faz parte dos seus planos. No entanto, não define prazos. Em Londres, falta-lhe apenas o sol.