A investigação tem factos que indiciam diversos crimes relacionados com simulação de negócios e ocultação de proveitos na alienação de património, incluindo imóveis da antiga PT. Armando Pereira, líder da Altice Europa, e outros suspeitos terão criado, para alegadamente se esquivarem a possíveis investigações judiciais e cumprirem os seus objetivos económicos, um sistema opaco de sociedades distribuídas por três eixos: Portugal, Zona Franca da Madeira (ZFM) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
A PSP tem 111 agentes, em 49 viaturas, envolvidos nesta megaoperação de hoje, comandada pelo DCIAP e Inspeção Tributária, com buscas em casas e empresas de norte a sul do país. Uma das equipas de investigadores está desde manhã cedo na mansão de luxo de Armando Pereira, no Gerês, onde o milionário guarda a sua coleção de supercarros, muitos de valor acima de um milhão de euros cada.
A operação desencadeada esta manhã está a ser coordenada, da parte do Ministério Público (MP), pelo procurador Rosário Teixeira e, do lado da IT, pelo inspetor Paulo Silva (da delegação de Braga). Também o juiz Carlos Alexandre, que está de partida para o tribunal da Relação de Lisboa, está no terreno. No fundo, o mesmo trio responsável pela Operação Marquês, no âmbito da qual o ex-primeiro-ministro e antigo líder socialista José Sócrates foi detido há quase nove anos por suspeitas de corrupção passiva, evasão fiscal e branqueamento de capitais.