O terramoto de segunda-feira na Turquia, com mais de 18.300 mortos no país, põe em dúvida as eleições presidenciais marcadas para 14 de maio, informou hoje a imprensa local, citando fontes da oposição e do Governo.
O presidente do partido de oposição nacionalista Iyi, Meral Aksener, disse ao jornalista independente e analista Murat Yetkin, na noite passada, que não acredita que as eleições possam ser realizadas em maio, como previsto.
Durante uma visita à zona afetada, Aksener foi contundente quando questionado sobre se o estado de emergência aprovado pelo Parlamento na quinta-feira vai afetar as eleições de maio: "Não creio que cheguemos a ter eleições em maio".
O Iyi é o segundo partido da oposição, atrás do social-democrata CHP, com o qual pretende criar uma plataforma eleitoral com um candidato comum contra o atual presidente, Recep Tayyip Erdogan.
Um alto funcionário do partido do governo islâmico AKP já tinha feito uma declaração idêntica à imprensa local, sob condição de anonimato, especificando que o próprio Erdogan não vê possibilidade de poder realizar as eleições dentro de três meses em meio devido ao terramoto.
O problema, alertam analistas locais, é que em maio ainda haverá centenas de milhares de pessoas das regiões devastadas a viver em tendas ou a mudar-se para outras partes do país, o que dificultaria a organização de eleições nessas áreas.
De acordo com a Constituição turca, o Parlamento só pode decidir adiar uma eleição se ela não puder ser realizada devido a uma guerra.
O último balanço indica que pelo menos 21.051 pessoas morreram na sequência dos sismos ocorridos no sul da Turquia na segunda-feira e que afetaram também a Síria.