Marcelo defende “maioria absoluta de obra” que não entre em “dissolução interna”

Marcelo defende “maioria absoluta de obra” que não entre em “dissolução interna”


Que sejam “anos de maioria absoluta forte e não de maioria absoluta a dissolver-se, mesmo sem dissolução, em dissolução interna”, disse o Presidente da República. 


Marcelo Rebelo de Sousa disse, esta terça-feira, que o que se espera do Governo é que seja uma "maioria absoluta de obra", que aproveite os fundos europeus e, claro, que dure até ao fim da legislatura, sem entrar em "dissolução interna". 

O Presidente da República, em declarações aos jornalistas a meio de uma sessão do programa "Músicos no Palácio de Belém", no antigo picadeiro real, em Lisboa, falou ainda no fim da segunda maioria absoluta do PSD – liderado por Cavaco Silva, na década de 1990 – como exemplo a não seguir: "Essa maioria foi-se esvaziando, enfrentou eleições europeias". 

Na altura, continuou Marcelo, o partido no Governo "perdeu as eleições europeias, não houve dissolução do parlamento, a maioria formalmente continuou de pé, mas estava morta. Ora, nós o que queremos é uma maioria absoluta que não seja dessas". 

Reagindo à entrevista que António Costa deu à RTP na segunda-feira à noite, o Presidente disse ainda que da atual maioria absoluta do PS espera-se "que neste ano decisivo utilize os fundos e que possa, portanto, ser motora de uma recuperação económica que tire proveito dos números de 2022 e projete para o futuro, e com isso ganhe um dinamismo que lhe permita ultrapassar o resultado das eleições europeias, qualquer que ele seja", afirmou. 

Assim, fazendo um trocadilho com a expressão que Costa utilizou na entrevista, Marcelo frisou que "a função do Presidente da República é ajudar o Governo a não se pôr a jeito de a maioria absoluta que é de nome, deixe de ser uma maioria absoluta de obra também". 

"Eu penso que é essa a situação em que nos encontramos: queremos que haja uma legislatura que seja cumprida e queremos que seja uma maioria não apenas de nome, mas de obra", acrescentou. 

No final, deixou o seu desejo: que sejam "anos de maioria absoluta forte e não de maioria absoluta a dissolver-se, mesmo sem dissolução, em dissolução interna”