Os portugueses por norma são apáticos e não ligam nada a política, são desprovidos de interesse e vivem para si e o seu círculo de interesses.
A passividade como disposição generalizada, com a ânsia, de acreditar em mentiras e propaganda, parece-me que têm os dias contados.
Os portugueses já não vão com trivialidades e mentiras óbvias. Os portugueses estão a acordar para a semântica política.
Perante uma proposta do governo vai-se ver e o sentido e o seu significado não são bem assim.
Vivemos numa sociedade ameaçada pela cultura da indiferença. A indiferença é a grande doença de hoje: olhar para o outro lado.
Estamos a passar de uma sociedade a preto e branco para uma sociedade a cores, em que os cidadãos estão mais atentos e começam a ver as coisas ao pormenor e com clareza.
A isso não é alheio os últimos acontecimentos na vida política portuguesa que surgem em catadupa.
Segundo muitos dirigentes do PS, “ os casos e casinhos não são o essencial da vida política e não devem ser o essencial da discussão”, porém não nos podemos esquecer que os casos não foram inventados.
Não defendo “quando pior melhor”, para outros tomarem o poder”. O Governo tem uma maioria absoluta sufragada e legitimada.
Preocupa-me que o Governo não esteja a governar, mas, constantemente, a justificar-se dos seus próprios erros de casting na escolha dos seus governantes. O governo depois destes casos está encurralado e a opinião pública vê o que se está a passar estupefacta e incrédula.
Cada cavadela, sua minhoca, quanto mais se rebusca, mais coisas aparecem. Por outro lado, quanto mais se remexe, se aprofunda um assunto, mais surpresas se topam, mais dificuldades surgem para este governo de maioria absoluta. Ou seja, cada coisa que se descobre é uma asneira. Muito preocupante os tempos que estamos a viver.
Marcos Perestrello disse num Congresso que, “o PS precisava de ter cuidado com os resultados governativos, porque no dia em que o eleitorado perceber que se está a sobrevalorizar o tacticismo em detrimento dos interesses do país, as coisas vão correr mal”.
E, estão a correr mal…