O Ministério Público (MP) abriu um inquérito-crime a um grupo de maçonaria por suspeitas de crime de tráfico de influências, avançou esta sexta-feira a CNN Portugal.
Segundo a estação de televisão, os dois últimos grão-mestres do grupo em questão terão criado o "clube de negócios mais exclusivo de Portugal". Aos membros que pagavam as quotas mais altas – pelo menos 1.800 euros por ano – era prometido o acesso a "líderes governamentais e empresariais proeminentes".
Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, terá sido o convidado principal de um jantar, em novembro de 2021, com o grupo mais restrito do clube.
A investigação do MP surgiu na sequência de uma denúncia que chegou à Polícia Judiciária (PJ sobre um alegado esquema que envolve a organização de maçons, este clube de elite privado e ainda um projeto para criação de um templo maçónico no mundo virtual que implica investimento com criptomoedas.
Os factos denunciados, concluiu a PJ, eram “suscetíveis de serem enquadrados na prática dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e tráfico de influências” e enviou o caso para o MP.
Procuradoria-geral da República adiantou ainda à CNN Portugal que o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP) “abriu um inquérito cuja investigação está em curso”.
De acordo com a queixa feita à PJ, os eventos “com gente importante” servem “para fazer um escudo sobre operações financeiras e de embuste”.
A denúncia, que foi analisada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, explica que estarão “a decorrer operações” que podem violar a lei no que se refere “aos domínios de serviços, produtos e mercados financeiros”.