Rússia poderá estar a contrabandear cereais ucranianos

Rússia poderá estar a contrabandear cereais ucranianos


Investigação foi levada a cabo pela agência noticiosa Associated Press e pelo progarama “Frontline” do canal PBS. 


A Agência noticiosa Associated Press (AP) e o programa do canal PBS "Frontline" acusaram numa investigação conjunta a Rússia de contrabandear cereais ucranianos de modo a ajudar os russos na guerra na Ucrânia. 

A notícia foi publicada esta segunda-feira pela AP, que escreve que, quando o navio de carga Laodicea atracou no Líbano no verão passado, diplomatas ucranianos disseram que o navio estava a transportar cereais roubados pela Rússia e instaram as autoridades libanesas a apreender o navio.

A Rússia veio dizer que as acusações eram "falsas e infundadas" e o procurador-geral do Líbano assumiu o lado russo, dizendo que as cerca de 10 mil toneladas de cevada e farinha de trigo não foram roubadas, permitindo que o navio descarregasse.

De acordo com a investigação da AP e do programa "Frontline", o navio sírio Laodicea faz parte de uma operação de contrabando russa, que tem usado manifestos falsificados e subterfúgios marítimos para roubar cereais ucranianos no valor de pelo menos 530 milhões de dólares (542 milhões de euros) – dinheiro que ajudou a alimentar a máquina de guerra do Presidente russo, Vladimir Putin.

A viagem terá começado na cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia, que a Rússia ocupou nos primeiros dias de guerra. De acordo com o autarca daquela localidade, Ivan Fedorov, os ocupantes navio estariam a transportar grandes quantidades de cereais da região de comboio e camião para portos da Rússia e da Crimeia, a península ucraniana ocupada pelos russos em 2014. 

O Kremlin nega, contudo, ter roubado cereais mas a agência de notícias estatal daquele país Tass, adiantou a 6 de junho que os cereais ucranianos estavam a ser transprtadas para a Crimeia, resultando em longas filas nos postos de fronteira.

A AP usou imagens de satélite e dados de "transponders" de rádio marítimo para rastrear vários navios que fizeram mais de meia centena de viagens a transportar cereais de áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia para portos na Turquia, Síria, Líbano e outros países.

Os jornalistas que fizeram parte da investigação reviram ainda manifestos de transporte, investigaram mensagens publicadas nas redes sociais, entrevistaram agricultores, transportadores e funcionários para descobrir os pormenores desta alegada operação de contrabando em massa.