A cotação do socialismo


É o socialismo que não reduz os impostos sobre os combustíveis e a electricidade, não reduz o IVA da alimentação e do vestuário.


Compreende-se a reacção da esquerda ao anúncio de lucros por parte de um conjunto de sociedades cotadas na bolsa, quando, ao mesmo tempo, a sociedade portuguesa tem um “Estado-Administração” que continua a marinar na sua rota do poucochinho comparativamente com a subida de cotação das sociedades europeias.

Poucas vezes se sentiu no ar tão impressivamente esta situação, como hoje, a que não é alheia a intervenção da extrema esquerda radical no Governo durante quatro anos, para lá de outras circunstâncias como a guerra da Ucrânia, a escassez de matérias primas, a perda de poder do Euro.

Nas opções em nome do socialismo e de um crescimento mirradinho do PIB (o valor nominal está descontextualizado), o salário minimo, a pensão mínima e em nome de uma dívida global dos sectores não-financeiros de 800 mil milhões de euros, Portugal pode contemplar como no passado, a “obra” feita que levou os salários a que hoje estejam globalmente 10% inferiores a 2011…

Mas é o socialismo que não reduz os impostos sobre os combustíveis e a electricidade, não reduz o IVA da alimentação e do vestuário.

Segundo a OCDE, o peso de IRS e descontos para a Segurança Social na folha de salários nacional ficou em 41,3%, mais 0,06 pontos percentuais que um ano antes. É a segunda subida anual consecutiva, a colocar desta vez o país no 11º lugar entre aqueles que têm as cargas fiscais sobre o trabalho mais elevadas da OCDE.

Em nome do socialismo não basta cobrar impostos quando uma casa é construída e usufruída; é preciso dobrar quando muda de mãos cobrando-se novo imposto, IMT.

Tudo em nome do socialismo.

E em nome do socialismo não se reduz o número de deputados, nem se retira a dependência de deputados do chefe, não se recria a representatividade regional numa câmara que discutisse o território no seu conjunto e aceita-se a vergonha da decrepitude das regiões de fronteira comparativamente com as cidades vizinhas de Espanha.

Em nome do socialismo o ensino particular deixou de ser apoiado como formador de homens e mulheres, tal como faz o ensino público, mas recebeu o opróbrio e o ferrete de não ter raiz socialista, enquanto 20 mil camas em hospitais privados são tratadas como párias da rede nacional de saúde.

Enquanto isto, um milhão de consultas e 250 mil cirurgias estão por realizar. Fosse a Europa um imenso latifúndio socialista e Portugal liderava na dimensão e profundidade da nódoa.

Questão é que a Holanda não é socialista e atrai investidores, a Bélgica, a Alemanha não são socialistas e atraem a nossa mão de obra. A Lituânia, a Hungria, a Estónia, a Polónia, não são socialistas e dão cartas no comércio e na indústria e que importa?

Mas como em Lisboa não temos bolsa de valores, que importa aos portugueses a valorização o contexto das sociedades onde o socialismo foi para o caixote do lixo da história?

Como li algures, já estamos mais próximos dos usos e costumes de Luanda ou Brasília que de Paris ou Bona…

 

Covilhã, Agosto 2022

 

A cotação do socialismo


É o socialismo que não reduz os impostos sobre os combustíveis e a electricidade, não reduz o IVA da alimentação e do vestuário.


Compreende-se a reacção da esquerda ao anúncio de lucros por parte de um conjunto de sociedades cotadas na bolsa, quando, ao mesmo tempo, a sociedade portuguesa tem um “Estado-Administração” que continua a marinar na sua rota do poucochinho comparativamente com a subida de cotação das sociedades europeias.

Poucas vezes se sentiu no ar tão impressivamente esta situação, como hoje, a que não é alheia a intervenção da extrema esquerda radical no Governo durante quatro anos, para lá de outras circunstâncias como a guerra da Ucrânia, a escassez de matérias primas, a perda de poder do Euro.

Nas opções em nome do socialismo e de um crescimento mirradinho do PIB (o valor nominal está descontextualizado), o salário minimo, a pensão mínima e em nome de uma dívida global dos sectores não-financeiros de 800 mil milhões de euros, Portugal pode contemplar como no passado, a “obra” feita que levou os salários a que hoje estejam globalmente 10% inferiores a 2011…

Mas é o socialismo que não reduz os impostos sobre os combustíveis e a electricidade, não reduz o IVA da alimentação e do vestuário.

Segundo a OCDE, o peso de IRS e descontos para a Segurança Social na folha de salários nacional ficou em 41,3%, mais 0,06 pontos percentuais que um ano antes. É a segunda subida anual consecutiva, a colocar desta vez o país no 11º lugar entre aqueles que têm as cargas fiscais sobre o trabalho mais elevadas da OCDE.

Em nome do socialismo não basta cobrar impostos quando uma casa é construída e usufruída; é preciso dobrar quando muda de mãos cobrando-se novo imposto, IMT.

Tudo em nome do socialismo.

E em nome do socialismo não se reduz o número de deputados, nem se retira a dependência de deputados do chefe, não se recria a representatividade regional numa câmara que discutisse o território no seu conjunto e aceita-se a vergonha da decrepitude das regiões de fronteira comparativamente com as cidades vizinhas de Espanha.

Em nome do socialismo o ensino particular deixou de ser apoiado como formador de homens e mulheres, tal como faz o ensino público, mas recebeu o opróbrio e o ferrete de não ter raiz socialista, enquanto 20 mil camas em hospitais privados são tratadas como párias da rede nacional de saúde.

Enquanto isto, um milhão de consultas e 250 mil cirurgias estão por realizar. Fosse a Europa um imenso latifúndio socialista e Portugal liderava na dimensão e profundidade da nódoa.

Questão é que a Holanda não é socialista e atrai investidores, a Bélgica, a Alemanha não são socialistas e atraem a nossa mão de obra. A Lituânia, a Hungria, a Estónia, a Polónia, não são socialistas e dão cartas no comércio e na indústria e que importa?

Mas como em Lisboa não temos bolsa de valores, que importa aos portugueses a valorização o contexto das sociedades onde o socialismo foi para o caixote do lixo da história?

Como li algures, já estamos mais próximos dos usos e costumes de Luanda ou Brasília que de Paris ou Bona…

 

Covilhã, Agosto 2022