O ministro dos Negócios Estrangeiros saudou, esta sexta-feira, a assinatura do acordo para o desbloqueio dos cereais nos portos ucranianos através do Mar Negro, no entanto reforça que os acordos são feitos para serem cumpridos, receando a ação da Rússia.
"É uma excelente notícia e é algo que o mundo fica a dever ao secretário-geral das Nações Unidas, que trabalhou de forma muito intensa neste acordo, bem como à Turquia, que desempenhou um papel fundamental", sublinhou João Gomes Cravinho à agência Lusa.
O chefe da diplomacia portuguesa fez questão de frisar que “não basta assinar os acordos”.
“É preciso cumprir os acordos, por isso, estaremos de olhos postos na Rússia", adiantou Gomes Cravinho, ao recordar que, noutros momentos recentes, em particular nos acordos para a criação de corredores humanitários na guerra da Ucrânia, Moscovo não cumpriu com a sua palavra.
"Temos essa preocupação. A Rússia, repetidamente, mostrou que não cumpre a sua palavra", notou o ministro.
A Ucrânia e a Rússia assinaram hoje um acordo para desbloquear a exportações de cereais retidos no Mar Negro devido à guerra, numa cerimónia, em Istambul, na Turquia, que contou com a presença dos dois mediadores: Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O acordo foi assinado em dois documentos separados, visto que a Ucrânia se recusou a assinar o mesmo papel que a Rússia, e deverá vigorar durante quatro meses e tem a possibilidade de ser renovado.
{relacionados}