Por Terra, Mar e Ar


Conhecendo o impacto que os oceanos, que cobrem 71% da crosta terrestre, têm no ecossistema global, esta é mesmo, como o seu ambicioso programa demonstra, uma conferência sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no seu todo e sobre o futuro da humanidade e do planeta.


Os momentos de indefinição como os que naturalmente emergem de uma guerra com impactos globais e sem calendário fiável, têm o condão de despertar da letargia os arautos da desgraça que do alto da sua imensa e muito viajada cultura, se apressam a glosar o fim dos dias na perspetiva específica em que é reconhecida a sua sapiência ou sumidade.

Longe de mim negar que enfrentamos tempos incertos e tempestuosos, para os quais nos devemos precaver, agindo de forma a dar sentido ao nosso esforço para compreender o que não podemos mudar e para mudar tudo o que pode ser mudado usando em pleno as ferramentas de ação e de cidadania de que dispomos.    

Depois de adiada pela pandemia em 2020, esta semana está a decorrer em Lisboa a II Conferência dos Oceanos promovida pelas Nações Unidas e cujo objetivo geral é revisitar e assegurar as condições para cumprir até 2030 o Objetivo 14 do Desenvolvimento Sustentável, associado à vida dos oceanos, à vida nos oceanos e por à vida no planeta por eles influenciada. Conhecendo o impacto que os oceanos, que cobrem 71% da crosta terrestre, têm no ecossistema global, esta é mesmo, como o seu ambicioso programa demonstra, uma conferência sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no seu todo e sobre o futuro da humanidade e do planeta.

Sendo um dos 12 membros da Delegação Oficial que o Parlamento Europeu enviou à Conferência, representando em particular a Comissão do Desenvolvimento, conheço a enorme complexidade dos muitos temas em agenda e a importância de encontrar respostas positivas.  A espuma dos dias, por mais tóxica e ruidosa que seja, não pode pôr em causa o compromisso vital da humanidade com a sustentabilidade, a biodiversidade e a sua própria sobrevivência.

O diagnóstico sobre o estado dos oceanos é preocupante. A poluição é cada maior, a desoxigenação e a acidificação por ela provocada ameaça o equilíbrio dos ecossistemas, existe uma sobre exploração continuada dos recursos, em particular na pesca e em consequência de tudo isto, a economia global tem vindo e vai continuar a sofrer graves danos, com especial impacto nos Países mais vulneráveis e nas pequenas ilhas.   

Combater a progressiva degradação dos oceanos exige um enorme esforço conjunto, e em tempos de fragmentação, apela a um movimento de governação global, sistémica e convergente. Não é coisa pouca, mas é absolutamente necessária, porque dela depende a mitigação das alterações climáticas, a alimentação e o trabalho para parte significativa da humanidade e o desenvolvimento tecnológico e científico em domínios tão cruciais como a energia, a saúde, o digital e o espaço. Se os oceanos nos forem capazes de unir, então outras redes de cooperação, paz e prosperidade poderão desabrochar por terra, mar e ar.

Acolhendo no seu território esta nova partida para uma gesta de achamento de soluções que tem que marcar uma nova era para a humanidade, Portugal reafirma-se como uma potência marítima e sobretudo como um País cuidador dos oceanos como bem comum, como terão que ser todos os países, todas as instituições e todos e cada um de nós. Há mar e mar, mas só há ir e voltar, enquanto houver volta a dar para o salvar.

Por Terra, Mar e Ar


Conhecendo o impacto que os oceanos, que cobrem 71% da crosta terrestre, têm no ecossistema global, esta é mesmo, como o seu ambicioso programa demonstra, uma conferência sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no seu todo e sobre o futuro da humanidade e do planeta.


Os momentos de indefinição como os que naturalmente emergem de uma guerra com impactos globais e sem calendário fiável, têm o condão de despertar da letargia os arautos da desgraça que do alto da sua imensa e muito viajada cultura, se apressam a glosar o fim dos dias na perspetiva específica em que é reconhecida a sua sapiência ou sumidade.

Longe de mim negar que enfrentamos tempos incertos e tempestuosos, para os quais nos devemos precaver, agindo de forma a dar sentido ao nosso esforço para compreender o que não podemos mudar e para mudar tudo o que pode ser mudado usando em pleno as ferramentas de ação e de cidadania de que dispomos.    

Depois de adiada pela pandemia em 2020, esta semana está a decorrer em Lisboa a II Conferência dos Oceanos promovida pelas Nações Unidas e cujo objetivo geral é revisitar e assegurar as condições para cumprir até 2030 o Objetivo 14 do Desenvolvimento Sustentável, associado à vida dos oceanos, à vida nos oceanos e por à vida no planeta por eles influenciada. Conhecendo o impacto que os oceanos, que cobrem 71% da crosta terrestre, têm no ecossistema global, esta é mesmo, como o seu ambicioso programa demonstra, uma conferência sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no seu todo e sobre o futuro da humanidade e do planeta.

Sendo um dos 12 membros da Delegação Oficial que o Parlamento Europeu enviou à Conferência, representando em particular a Comissão do Desenvolvimento, conheço a enorme complexidade dos muitos temas em agenda e a importância de encontrar respostas positivas.  A espuma dos dias, por mais tóxica e ruidosa que seja, não pode pôr em causa o compromisso vital da humanidade com a sustentabilidade, a biodiversidade e a sua própria sobrevivência.

O diagnóstico sobre o estado dos oceanos é preocupante. A poluição é cada maior, a desoxigenação e a acidificação por ela provocada ameaça o equilíbrio dos ecossistemas, existe uma sobre exploração continuada dos recursos, em particular na pesca e em consequência de tudo isto, a economia global tem vindo e vai continuar a sofrer graves danos, com especial impacto nos Países mais vulneráveis e nas pequenas ilhas.   

Combater a progressiva degradação dos oceanos exige um enorme esforço conjunto, e em tempos de fragmentação, apela a um movimento de governação global, sistémica e convergente. Não é coisa pouca, mas é absolutamente necessária, porque dela depende a mitigação das alterações climáticas, a alimentação e o trabalho para parte significativa da humanidade e o desenvolvimento tecnológico e científico em domínios tão cruciais como a energia, a saúde, o digital e o espaço. Se os oceanos nos forem capazes de unir, então outras redes de cooperação, paz e prosperidade poderão desabrochar por terra, mar e ar.

Acolhendo no seu território esta nova partida para uma gesta de achamento de soluções que tem que marcar uma nova era para a humanidade, Portugal reafirma-se como uma potência marítima e sobretudo como um País cuidador dos oceanos como bem comum, como terão que ser todos os países, todas as instituições e todos e cada um de nós. Há mar e mar, mas só há ir e voltar, enquanto houver volta a dar para o salvar.