Taiwan celebra nova compra de armas aos Estados Unidos

Taiwan celebra nova compra de armas aos Estados Unidos


Washington anunciou na quarta-feira que aprovou a venda de peças de reposição para navios e sistemas navais, bem como fornecimento de “assistência técnica logística”, visando fortalecer a “interoperabilidade de Taiwan com os Estados Unidos e outros aliados”.


Taiwan saudou hoje o acordo com Washington para a compra de 120 milhões de dólares (112 milhões de euros) em equipamento naval, que aumentará a "prontidão de combate" da ilha e a capacidade de trabalhar com as forças norte-americanas.

Washington anunciou na quarta-feira que aprovou a venda de peças de reposição para navios e sistemas navais, bem como fornecimento de "assistência técnica logística", visando fortalecer a "interoperabilidade de Taiwan com os Estados Unidos e outros aliados".

"Esta venda vai ajudar a sustentar a frota de navios de superfície do destinatário e aumentar a sua capacidade de responder a ameaças atuais e futuras", disse a Agência de Cooperação de Defesa e Segurança do Pentágono, em comunicado.

Esta é a quarta venda de armas feita pelos Estados Unidos a Taiwan, desde que o Presidente norte-americano, Joe Biden, assumiu o cargo e a terceira desde o início do ano.

Em comunicado, Taipé indicou que o acordo deve entrar em vigor dentro de um mês e que ajudará os navios do território a aumentar a "prontidão de combate, face às recentes atividades frequentes de aviões de guerra e navios de guerra chineses no mar e espaço aéreo" de Taiwan.

Taipé registou 969 incursões de aviões de guerra chineses na sua zona de defesa aérea, em 2021, segundo dados compilados pela agência France Presse, e mais de 470 desde o início do ano.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da China "condenou fortemente" a venda de armas ao território.

"A China vai continuar a tomar medidas resolutas e fortes para defender a sua própria soberania e interesses de segurança", disse o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian, em conferência de imprensa.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Pequim intensificou a pressão militar, económica e diplomática sobre Taiwan desde que a líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, de um partido tradicionalmente pró-independência, assumiu o poder, em 2016. As autoridades reagem com medidas de retaliação contra países que estabelecem contactos oficiais com o território.

Tsai quer criar uma identidade nacional taiwanesa distinta da China e recusa-se a reconhecer o Consenso Pequim – Taipé de 1992, que afirma a unidade da ilha e do continente chinês no âmbito do princípio 'uma só China'.

Washington reconhece diplomaticamente Pequim e não Taipé, mas o Congresso dos EUA comprometeu-se a vender armamento a Taiwan para a defesa do território.

Biden também está sob pressão bipartidária para aprofundar as relações com Taiwan, quando Washington disputa, com a China, a influência na região da Ásia–Pacífico.

Em visita ao Japão, no mês passado, Biden garantiu que seu país defenderia Taiwan militarmente se a ilha fosse atacada pela China.

A Casa Branca, no entanto, insistiu mais tarde que a tradicional "ambiguidade estratégica" norte-americana sobre essa questão não foi abandonada.