China está a “brincar com fogo”, avisa Estados Unidos que admitem defender Taiwan caso seja invadido

China está a “brincar com fogo”, avisa Estados Unidos que admitem defender Taiwan caso seja invadido


Biden disse, esta segunda-feira, que os EUA poderá intervir militarmente se a China decidir entrar indevidamente no Taiwan. Esta foi uma das declarações mais fortes e abertas sobre o apoio a Taipé feita por um líder da Casa Branca em décadas. 


A relação entre os Estados Unidos (EUA) e a China nunca foi de bons amigos e agora está a passar por mais um momento crítico, com a troca de várias declarações fortes sobre uma eventual invasão da China ao Taiwan.

O aviso partiu de Washington, segundo a agência estatal Xinhua, ao afirmar que Pequim está a “brincar com fogo”, e surgiu depois do Presidente norte-americano, Joe Biden, ter prometido defender militarmente Taiwan em caso de ataque chinês.

Biden disse, esta segunda-feira, que os EUA poderá intervir militarmente se a China decidir entrar indevidamente no Taiwan. Esta foi uma das declarações mais fortes e abertas sobre o apoio a Taipé feita por um líder da Casa Branca em décadas, num momento em que aumenta a tensão sobre o crescente poder económico e militar na China.

Para Zhu Fenglian, uma porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, frequentemente descrito como o gabinete da China, os Estados Unidos estão "a usar a carta de Taiwan para conter a China, e vão queimar-se".

De acordo com a agência estatal, Zhu "exortou os Estados Unidos a interromper quaisquer comentários ou ações" que violem princípios já estabelecidos entre os dois países.

Ainda assim, Biden frisou que a prioridade de proteger a ilha é cada vez “mais forte” após a invasão da Ucrânia pela Rússia, sendo este “um compromisso” que os EUA assumem, afirmou o líder norte-americano, numa conferência de imprensa, em Tóquio.

Na ótica de Biden, o uso da força exercida pela China em Taiwan "simplesmente não seria apropriado" e "mudaria toda a região", uma vez que se tornaria num evento semelhante ao que aconteceu na Ucrânia.

Pequim é reconhecido pelo EUA sobre o princípio “Uma só China”, retratando como um governo legítimo da China, que cortou as relações diplomáticas com Taiwan.

No entanto, isto não impediu que Washington mantivesse contactos não oficiais com o Taiwan, incluindo uma embaixada de facto em Taipé, e ainda que fornecessem equipamento militar para a defesa da ilha.

Note-se que, desde 1949, China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos. Na altura, o antigo governo nacionalista chinês refugiou-se na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim defende que Taiwan é uma parte integrante do seu território, embora a ilha opere como uma entidade política soberana, e, caso esta declare oficialmente independência, China ameaça com uma possível invasão.