Piloto russo faz saudação fascista no pódio e fica com carreira por um fio

Piloto russo faz saudação fascista no pódio e fica com carreira por um fio


Artem Severiukhin venceu a corrida da categoria OK, no Europeu de Karting, que decorreu no Autódromo Internacional do Algarve. Federação Internacional do Automóvel abriu uma investigação para apurar o caso, ao passo que a formação sueca pela qual o piloto alinhava rescindiu contrato com o jovem de 15 anos. 


Para os pilotos subir ao pódio é a recompensa final por ter batido os outros competidores na pista. No entanto, há pequenos sinais que podem fazer toda a diferença, ao tornar o momento de glória para um terrível descuido.

Foi o que aconteceu ao jovem russo Artem Severiukhin, de 15 anos, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), que acolheu entre sexta-feira e domingo a primeira das seis etapas do campeonato europeu de karting, nas categorias de OK e OK-Júnior (entre os 11 e os 15 anos).

Já no pódio, depois de vencer a corrida da categoria OK, para maiores de 15 anos, Artem, ao som do hino italiano, sorriu e ergueu o braço direito, de forma a recriar uma saudação fascista, que está ilegal desde 1952 em Itália.

De sublinhar que o piloto começou a competir no escalão 11-15 anos do Europeu de Karting com a licença italiana, visto que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impediu os pilotos russos de correrem pelo seu país, devido à invasão russa no território ucraniano.

"A FIA confirma ter dado início a uma investigação imediata sobre a conduta inaceitável do senhor Artem Severiukhin durante a cerimónia de pódio da categoria OK da primeira etapa do campeonato da Europa de karting de 2022, no Kartódromo Internacional do Algarve. A FIA vai comunicar em breve os próximos passos deste caso", indicou a federação que rege o desporto automóvel em comunicado.

De seguida, e também em comunicado, a equipa pela qual Artem corria – Ward Racing – anunciou a “rescisão do contrato de corrida” com o jovem russo, uma vez que não encontrar uma “possibilidade de prosseguir com a atual cooperação”, pedindo ainda desculpa a todos os que se sentiram ofendidos ou angustiados com o gesto.

"A Ward Racing está profundamente envergonhada com o comportamento do piloto, que condena da forma mais forte possível […]. As suas ações foram pessoais e não representam, de maneira alguma, a visão e os valores da Ward Racing. Pelo contrário, a Ward Racing apoia a comunidade internacional na condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia", indicou a formação sueca na sua mensagem.

Artem Severiukhin quebrou o silêncio pouco depois de o escândalo ter arrebentado inesperadamente neste escalão do karting europeu. Recorreu à rede social Telegram, uma das poucas que ainda funciona na Rússia, para dizer que não tinha qualquer intenção de fazer a saudação fascista.  

"Quero pedir desculpa por tudo o que aconteceu ontem", disse Artem, visivelmente emocionado com as consequências do gesto.

"Muitos entenderam que o meu gesto foi a saudação fascista. Isso não é verdade. Condeno o nazismo, um dos piores crimes da história", frisou, ao notar que ainda se sente incapaz de explicar o que aconteceu. "Estou preparado para ser penalizado, mas, por favor, entendam que nunca tive a intenção de apoiar o nazismo ou fascismo. Peço desculpa", concluiu.