Parlamento. Zelensky fala em Portugal depois de polémica na Grécia

Parlamento. Zelensky fala em Portugal depois de polémica na Grécia


O Presidente ucraniano aceitou o convite para discursar, por videoconferência, na Assembleia.


Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, aceitou o convite da Assembleia da República para discursar no hemiciclo. “Recebi esta manhã a senhora embaixadora da Ucrânia [Ihna Ohnivets] em Lisboa, que me transmitiu a disponibilidade do presidente Volodymyr Zelensky para participar numa sessão da Assembleia da República. A data será agora acertada”, anunciou o presidente da Assembleia da República na sua conta na rede social Twitter.

O convite a Zelensky foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa, em articulação com Augusto Santos Silva, depois de os deputados terem aprovado a proposta do PAN na conferência de líderes com a oposição do PCP.

Os comunistas consideraram que a proposta da sessão solene com o Presidente ucraniano contraria o papel da Assembleia da República “em defesa da paz”, promovendo “a escalada da guerra, a confrontação, conflito e corrida ao armamento”.

Zelensky já discursou perante dezenas de parlamentos, e esta quinta-feira, na Grécia, a sua intervenção foi motivo de controvérsia, ao apresentar um vídeo com uma mensagem pré-gravada de um combatente ucraniano com raízes gregas, pertencente ao Batalhão Azov, uma milícia paramilitar neonazi, fundada em 2014 por voluntários de extrema-direita que combatiam as forças russas na região de Donbass e, mais tarde, formalmente integrada nas forças armadas ucranianas.

Estas tropas estão sediadas na cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia – onde reside uma grande comunidade de origem grega –, e têm sido acusadas de ameaçar de morte os ucranianos que procuravam fugir daquela região em vez de ficarem a combater.

Perante a mensagem, vários responsáveis políticos gregos — incluindo o ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, e até um porta-voz do governo grego — acusaram Zelensky de dar palco a um neonazi e dar força à “alegação de Putin de que a resistência ucraniana é igual a nazismo”.