António Ramalho está de saída do novobanco. O anúncio foi feito pelo CEO ao Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da instituição financeira, indicando que tem “a intenção de deixar as funções executivas que atualmente desempenha em agosto, e apoiar o processo de transição para o seu sucessor”. O responsável acenou com o o facto de ter preservado “um banco sistémico, milhares de postos de trabalho e um incontável número de empresas e, dessa forma, o normal funcionamento da Economia Portuguesa”
De acordo com o banqueiro não há dúvidas: “Este o momento certo para deixar o cargo que assumi há cerca de seis anos”. Durante estes seis anos, António Ramalho liderou o banco e conduziu-o até ao processo de venda, concluindo nos últimos quatro anos a limpeza do balanço “de todos os problemas do legado herdado do antigo BES”, conduzindo-o para “um caminho de rentabilidade sustentável” e dando como terminado o plano de reestruturação de acordo com os compromissos acordados entre a República Portuguesa e a Comissão Europeia, através da DGComp (Direção Geral da Concorrência da UE).
No início de março, o novobanco apresentou, pela primeira vez, lucros consolidados ao longo de quatro trimestres consecutivos, “bem como a realização de outros importantes marcos, incluindo o regresso ao mercado de capitais, o lançamento de uma nova marca e um novo modelo de negócio”, daí António Ramalho considerar que este o momento para passar a pasta a um novo CEO que venha a liderar o banco no futuro.
Recorde-se que apresentou um resultado positivo de 184,5 milhões, um valor que contrasta com as perdas do ano anterior de 1329,3 milhões de euros. “O resultado representa o primeiro resultado positivo anual do grupo desde a sua criação, sendo determinante para o fim do processo de reestruturação iniciado em 2017”, disse, na altura.
“Faço questão em agradecer a António Ramalho a sua liderança ímpar, a sua dedicação e o seu contributo para garantir a viabilidade de longo prazo do novobanco. António Ramalho foi o rosto da liderança de um processo de transformação do banco, que incluiu a concretização de todos os compromissos definidos no plano de reestruturação”, afirmou Byron Haynes, presidente do CGS, acrescentando que o banqueiro é o resto responsável pela “limpeza do balanço do legado do BES, investindo e apoiando a ação comercial, o lançamento de uma nova marca e a definição de um modelo inovador de distribuição omnicanal”. Uma transformação que, de acordo com o responsável, permitiu ao novobanco “realizar um crescimento rentável e sustentável, e garantir o apoio continuado aos nossos clientes e à economia portuguesa em 2021, assegurando o caminho para a concretização dos objetivos do banco a médio prazo”.
Caberá agora ao comité de nomeações do CGS avançar com os procedimentos com vista à sua sucessão. António Ramalho ficará até o banco apresentar os resultados, referentes ao primeiro semestre de 2022. “Neste âmbito, o novobanco e António Ramalho celebraram um acordo de serviços de consultoria e assessoria, com reporte direto ao presidente do CGS”.