Um pouco por todo o mundo aliviam-se restrições no que diz respeito às viagens aéreas e recentemente o Conselho da União Europeia recomendou o levantamento das restrições para todos aqueles que viagem para o bloco dos 27, desde que estejam vacinados contra a covid-19 ou que tenham recuperado da doença em, no máximo, 180 dias.
Questionado sobre como vê esta posição, Vítor Costa, diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa (ATL) e presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), diz que “certamente melhor do que as que tínhamos anteriormente, pois como sabemos quantas mais restrições existirem, mais barreiras se impõem à circulação de pessoas”.
Para o responsável é claro que é “positiva” a igualdade de restrições em todo o bloco dos 27, mas defende que “o que turismo necessita mesmo é que as restrições impostas pela covid-19 deixem de existir, desde que acompanhadas de decisões responsáveis no que à segurança das pessoas diz respeito”.
Por seu turno, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve entende que a facilitação da livre circulação e o levantamento das restrições é um “passo lógico”, especialmente “tendo em conta a diminuição da taxa de infeção e o aumento significativo da cobertura vacinal na União Europeia”.
E acrescenta: “Aguardamos, naturalmente, que esta seja igualmente uma realidade a observar em relação às viagens com outras geografias”, avançando ainda que “diferentes países declararam que vão passar a tratar a covid-19 como uma endemia, apelando então ao sentimento de regresso à normalidade. É uma posição bastante favorável e acredito que se adeque bem às condições que conseguimos garantir atualmente”.
João Fernandes lembra ao i que “passámos por um período muito difícil, mas o importante é que consigamos sair desta situação de olhos postos no futuro e nos aspetos positivos que o mesmo trará”.
O sentimento de esperança nesta recomendação é partilhado por Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, ao defender que “todas as medidas que facilitem a deslocação de viajantes são benéficas para o turismo e para a economia”. E considera ainda que esta posição é importante pois “reforça a confiança das pessoas na eficácia das vacinas e lhes transmite a certeza de que viajar é seguro”, garantindo que é também seguro viajar para o centro do país.
Do lado do Turismo do Porto e Norte aplaude-se a medida, lembrando que o setor do turismo a tem vindo a reclamar. “Sem dúvida que este levantamento irá contribuir para que a mobilidade e as viagens possam recuperar para os valores anteriores à pandemia”, diz ao i Luís Pedro Martins, presidente desta entidade.
Entretanto, a União Europeia também recomendou que os países aceitem todos os viajantes vacinados, independentemente do seu país de origem. Sobre este assunto, Vítor Costa é perentório: “Quanto mais depressa forem levantadas todas as restrições em relação a todos os mercados melhor para o turismo, desde que isso seja feito de forma responsável, estável e sem retrocessos”.
Entusiasmo partilhado pelo Algarve. João Fernandes começa por lembrar que a União Europeia “enquanto organização legitima as suas recomendações em dados, estudos e opiniões de profissionais especialistas nas mais diversas áreas” e, por isso, defende que esta recomendação é “justa na medida em que acredito que não devemos descriminar viajantes que cumpram com as medidas preventivas atualmente em vigor, apenas por não pertencerem à Europa”. E finaliza: “Da nossa parte, continuaremos enquanto destino a assegurar todas as recomendações e medidas propostas pela DGS”.
Ao Centro a opinião não é muito diferente e Pedro Machado considera esta posição “muito positiva”, acrescentando que “as vacinas não discriminam continentes de origem e são comprovadamente eficazes. É um sinal importante para a recuperação dos fluxos turísticos intercontinentais e um passo decisivo para o regresso da normalidade”.
Por fim, Luís Pedro Martins garante que esta notícia é boa para os empresários e parceiros. “É um sinal claro de que a União Europeia está de regresso a alguma normalidade pré-pandémica. E para o Porto e Norte é ainda mais importante que esse sinal seja dado agora, numa altura em que a região começa a preparar a Páscoa e, sobretudo, a época alta”, estando convicto que a Páscoa será “o marco de viragem e o início da recuperação de dois anos muito difíceis, em que foi necessário um espírito de resiliência muito forte e uma enorme capacidade de adaptação das empresas para ultrapassar esta pandemia”.