As eleições foram uma surpresa, nem o PS nem António Costa previam o melhor deste cenário.
Rui Rio nunca teve o partido unificado. O PSD deu a sensação de estar unido para as câmaras de televisão, mas isso é uma mão cheia de nada.
Para se vencer eleições ou ter um bom resultado é preciso trabalhar-se muito nos bastidores, nisso o aparelho do PS pede meças a qualquer outro partido.
O PSD sempre foi um partido sui generis , em que só se pacifica quando é poder, por este andar nem em 2026 aspirará a retirar o omnipresente PS que está estendido por toda a sociedade portuguesa.
O PSD só pode aspirar a ser poder se unir o centro-direita e estancar os votos para o Chega.
Convém não esquecer que sociologicamente Portugal é socialista e cada vez há mais portugueses dependentes do Estado.
O PSD fazer diferente e melhor é muito difícil.
O PSD tem que se reinventar, em vez de falar em pessoas deve falar em ideias, projectos e traçar um rumo. Reparem que ainda há pouco tempo todos aspiravam a ser líderes do PSD, mas agora, ainda ninguém deu um passo.
O PSD vai ter que fazer uma travessia no deserto, começar a construir uma alternativa pelos seus alicerces e não pelo telhado.
O próximo ciclo eleitoral começa com as eleições regionais na Madeira em Setembro/Outubro de 2023, segue-se eleições europeias Maio/Junho de 2024. A seguir, eleições regionais dos Açores, em Outubro de 2024. Voltamos a ter eleições autárquicas, em Setembro/Outubro de 2025 e culmina com as eleições em Janeiro de 2026, novas legislativas e presidenciais.
O PSD tem que mudar de vida e começar a construir uma alternativa de poder e deixar de andar a brincar no recreio como meninos mimados. Está na hora de entrar para a sala de aula e mostrar que fizeram os trabalhos de casa.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores