Carlos Queiroz está a um passo de levar a seleção nacional do Egito à vitória no Campeonato Africano de Nações (CAN), cuja final se joga neste domingo, 6 de fevereiro, frente ao Senegal. O título, a ser conquistado, tornar-se-á no primeiro da carreira de Carlos Queiroz à frente de uma seleção nacional sénior. O técnico pode tornar-se no primeiro português a conquistar o título africano.
Os egípcios não foram além do empate a zeros no tempo regulamentar frente aos anfitriões dos Camarões, treinados pelo também português António Conceição, nas meias-finais. O lugar na final, aliás, acabou por ser decidido nas grandes penalidades, onde o Egito bateu o emblema nacional de Vincent Aboubakar, antigo jogador do FC Porto, por 3-1.
Assim, os ‘faraós’, entre eles Mo Salah, craque do Liverpool, conquistaram um lugar na final do CAN, onde não estavam desde a edição de 2017, que se jogou no Gabão, acabando derrotados, precisamente, frente aos Camarões.
Os egípcios são os detentores do recorde de mais títulos nesta competição (7), mas há mais de 10 anos que não sabem o que é conquistar o troféu africano. Agora, no entanto, têm a hipótese de vencer na final, frente ao Senegal, vice-campeão em título, que deixou para trás o Burkina Faso, por 3-1, na outra meia-final, e onde joga também Sadio Mané, colega de equipa de Salah no Liverpool.
Na edição de 2019 do CAN, que se jogou no Egito, o emblema senegalês sagrou-se vice-campeão africano, procurando agora evitar a repetição do falhanço na final da edição anterior.
Arbitragem polémica
A meia-final entre o Egito e os Camarões ficou marcada pela expulsão de Carlos Queiroz aos 90 minutos de jogo, e o técnico português, apesar da vitória, não poupou nas críticas à arbitragem.
«Foi difícil, mais uma vez. Infelizmente, mandam este tipo de árbitros para um jogo deste nível, árbitros sem experiência, sem nível, a quererem dar espetáculo. Começou logo no balneário, ainda não tínhamos começado o jogo, e ele vem ao balneário intimidar o nosso ‘staff’. Mas, mesmo contra isto, contra todas as decisões, que foram sempre contra o Egito, fomos a melhor equipa na segunda parte e nos penáltis», disparou, continuando: «Ele [o árbitro] vem como o super homem do jogo, mostra-me o amarelo, ameaça-me. Eu tenho 44 anos de futebol, quase 70 anos de idade… quem é esta gente que me vem gritar, a mim, ao Gomaa (ex-internacional egípcio e agora diretor-geral), miúdos aos gritos, como se tivéssemos começado ontem. Nós estamos a trabalhar, por que razão nos ameaçam de dedo na cara, quem dá o poder a esta gente?».