PAN espera Governo disponível para diálogo e pede a Costa para honrar propostas negociadas

PAN espera Governo disponível para diálogo e pede a Costa para honrar propostas negociadas


A líder parlamentar do PAN, Bebiana Cunha, transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa preocupações com “o facto de as maiorias absolutas poderem ser prejudiciais para a democracia”.


O PAN reiterou esta terça-feira a necessidade de o Governo socialista continuar “disponível para o diálogo”, apesar da maioria absoluta, pedindo ao Executivo para honrar as propostas negociadas com o partido no âmbito do Orçamento do Estado para 2022.

No final de uma audiência com o Presidente da República, que começou esta terça-feira a ouvir os partidos com representação no Parlamento, a ainda líder parlamentar do PAN, Bebiana Cunha, adiantou que o partido transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa preocupações com “o facto de as maiorias absolutas poderem ser prejudiciais para a democracia”.

Além disso, o partido transmitiu ao chefe de Estado a necessidade de começar um debate sobre a alteração do sistema eleitoral português.

“Houve quase 700.000 votos que, apesar de contribuírem para as subvenções dos partidos (ou de poderem contribuir, caso os partidos tenham obtido mais de 50.000 votos), não se traduzem em mandatos parlamentares”, sustentou, acrescentando que em percentagem o PAN “foi prejudicado em 70% dos votos”.

Se houvesse um círculo único, continuou, o PAN teria “três deputados”. “Isto traduziria melhor aquela que é a vontade dos portugueses”, reforçou.

Bebiana Cunha dirigiu ainda um pedido a António Costa para que “possa honrar aqueles que foram os compromissos negociados com o PAN” no âmbito da proposta do OE2022, que acabou chumbada na generalidade.

Questionada sobre se o partido voltaria a abster-se na votação do documento, como fez anteriormente, a dirigente do PAN disse que para isso acontecer as propostas negociadas têm de estar vertidas no documento que vai ser apresentado.

A porta-voz e deputada única eleita do PAN, Inês de Sousa Real, está em isolamento porque esteve com uma pessoa infetada e, por isso, não participou na audiência com o Presidente da República.