O voto dos portugueses residentes fora de Portugal esteve longe de ser pacífica. Em causa está o facto de muitos não terem conseguido votar nos consulados. Um desses casos foi os cerca de 40 emigrantes em Madrid, que garantiram que nunca receberam a carta para votar e também não puderam votar presencialmente no consulado. Confrontada com estas críticas, a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, afirmou que essas pessoas não estiveram “atentas” às comunicações oficiais e que se deviam “ter inscrito”.
E acrescentou:” Algumas pessoas não terão estado atentas e chegaram para votar presencialmente, talvez confundido, por exemplo, com as eleições presidenciais, em que o voto é presencial”, afastando qualquer “falta de informação” sobre o ato eleitoral, já que tudo foi “divulgado não só pelos consulados e secções consulares”, mas também pelos “órgãos de comunicação social da diáspora”, tendo estado a informação “amplamente disponível”.
Já quando questionada sobre se tinha informação de que situações semelhantes às de Madrid estariam a ocorrer noutros locais do mundo, a governante disse não ter recebido “nenhuma outra reclamação ou pergunta”, mas reconheceu ser “natural que aconteça noutros locais, porque já aconteceu em eleições anteriores”.
Ainda assim, garantiu que as pessoas que ficaram sem votar e “se o voto chegar até ao dia 9 de fevereiro há uma possibilidade de ele ser contado”. E defendeu ainda que “é preciso aperfeiçoar a lei” e o “o sistema eleitoral no estrangeiro, que é relativamente recente”.
Recorde-se que a 9 de fevereiro serão contados os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa, que elegem quatro deputados. Após o apuramento destes dois círculos, fica fechado o apuramento geral dos resultados das legislativas.