Até ao final de 2021 foram reportadas às autoridades de saúde em Portugal 21.595 suspeitas de reações adversas às vacinas contra a covid-19 (1 por cada 1.000 administradas). Perto de sete mil (6.939) foram consideradas graves, entre elas 116 casos de morte entre pessoas com uma média de 77 anos de idade, sem que esteja, no entanto, demonstrada a relação de causa-efeito, segundo o Infarmed.
“Os casos de morte ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 77 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, destaca o Infarmed no mais recente Relatório de Farmacovigilância – Monotorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal.
Acerca das reações notificadas, o Infarmed reitera que “as reações adversas às vacinas contra a covid-19 são pouco frequentes, com cerca de um caso em mil inoculações”. Sublinhe-se que este valor se tem mantido estável ao longo do tempo.
A maior parte das reações adversas (10.993) são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech, seguindo-se a da AstraZeneca (6.166), a da Moderna (2.440), e a da Janssen (1.878). Contudo, os dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas”, tendo em conta que foram administradas em subgrupos populacionais distintos e em períodos e contextos epidemiológicos também eles distintos. Sublinhe-se que, estas reações, fazem parte de um total de 19.648.216 doses administradas.
Das 6.939 reações adversas graves registadas, 4.172 (19,3%) foram classificadas como “clinicamente importantes”, 1.698 (7,9%) provocaram alguma incapacidade, 742 (3,4%) necessitaram de hospitalização, 208 (1%) representaram risco de vida e 116 (0,5%) resultaram em morte.
Relativamente a faixas etárias, a dos 25 aos 49 anos foi a que registou mais reações adversas graves (3.217 casos), mas é também a quem tem o maior número de vacinas administradas (5.981.217).
O Infarmed indica ainda que foram notificados seis casos em crianças dos 5 aos 11 anos, que incluem “arrepios, dor no local de vacinação, mal-estar geral, pirexia, petéquias e um caso de miocardite, sendo que este último ocorreu em criança de 10 anos com evolução clínica de cura”.
Dos 12-17 anos foram registados 97 casos graves, a maioria referentes a situações “já descritas na informação das vacinas”, como casos de síncope ou pré-síncope reações de tipo alérgico e que dependem do perfil individual do vacinado.
Segundo o Infarmed, foram notificadas mais reações adversas por parte do género feminino, à semelhança de outros medicamentos. “Pensa-se que isto possa dever-se a uma maior atenção das mulheres à sua saúde, bem como ao seu maior interesse por temáticas da área da saúde e bem-estar”, justifica.