Montepio. Votos por correspondência já chegaram a casa

Montepio. Votos por correspondência já chegaram a casa


Ato eleitoral está marcado para dia 17 de dezembro. A votos estão quatro listas que defendem entre continuidade e revolução nas contas.


Os associados da Associação Montepio Mutualista Geral (AMMG) já começaram a receber os kits para votarem nas eleições a 17 de dezembro. Ao contrário do último ato eleitoral – a par do voto por correspondência e presencial – os associados podem também votar online. “Utilizando o seu computador, telemóvel ou tablet, escolha o meio eletrónico mais ajustado a si”. Ou presencialmente. No próprio dia na Rua do Ouro ou entre 12 e 17 de dezembro em dois espaços em Lisboa – Rua do Carmo e Rui Castilho – e no Porto – Rua Júlio Dinis.

Em cima da mesa estão quatro listas. Na corrida está a lista de continuidade liderada por Virgílio Lima, também concorrem Pedro Corte Real (lista B), Eugénio Rosa (lista C) e Pedro Gouveia Alves (lista D).

Para Vírgílio Lima, “este é um momento crucial da nossa vida coletiva, que não permite aventureirismos ou novas experiências”, sublinhando que a “continuidade e renovação são condições fundamentais para salvaguardar a independência” da Associação Mutualista Montepio.

O atual presidente do Conselho de Administração entende que é fundamental continuar o trabalho de “estabilização do grupo Montepio, interna e externamente, eliminando o ‘ruído’ público e, também, o ‘ruído’ no seio das suas organizações”, acrescentando que “esta é uma dimensão fundamental, porque reforça os nossos valores e princípios fundadores de solidariedade entre os Associados e de reafirmação da natureza de entidade da economia social, que mutualiza os riscos e os benefícios, alicerçada na ética, no rigor, na credibilidade e na confiança que nos trouxeram até aqui”.

Já a lista de quadros como ficou conhecida a lista D, liderada pelo atual presidente do Montepio Crédito, pretende recuperar o valor dos ativos da Mutualista: banco e subsidiárias, seguradoras, gestoras de ativos e fundos de pensões e imóveis, tal como i já tinha avançado.

“Sabemos todos o trabalho imenso que temos pela frente. Mas também sabemos que é preciso mudar a fórmula da gestão que, nos últimos tempos, tem vindo a ser adotada”, afirmou Pedro Gouveia Alves, na apresentação da candidatura. E acrescentou: “Nunca como nos dias que vivemos o Mutualismo foi tão necessário e a associação não tem sabido estar à altura dos novos desafios. Não tem sabido apoiar os seus associados e constituir-se como a instituição de referência que, em tempos, já foi, com elevado relevo na sociedade portuguesa”, referiu.

De acordo com o programa da lista liderada pelo economista Eugénio Rosa, “é indispensável recentrar a Associação Mutualista na produção de respostas habitacionais de caráter não especulativo”. A ideia passa por posicionar a Mutualista como parceira estrutural para a execução do Plano de Recuperação Resiliência (PRR), assim como apoiar outras formas de produzir habitação que se possam inscrever nas lógicas de Parceria Público-Comunitária.

A lista C chama ainda a atenção em relação às residências para seniores, considerando que a atual oferta da Mutualista tem apenas como aposta o segmento de luxo, o que exclui muitos associados. “Apenas algumas pessoas com elevados rendimentos podem usufruir desses serviços. E apesar das residências Montepio terem sido construídas com o dinheiro dos associados, a esmagadora maioria não tem capacidade financeira para ter usufruto destas estruturas”.

Pedro Corte Real que encabeça a lista B diz que é preciso fazer uma “inversão ao caminho que tem sido seguido”, uma vez que, acredita que o grupo poderá estar “numa situação de não ser capaz de responder aos compromissos que assumiu perante os seus associados”. O responsável diz que esta situação é evidenciada “pelos auditores nas reservas às contas, que são públicas”, onde existe uma “incerteza material relacionada com a continuidade”.