Ahmed Nasser al-Raisi cumprirá um mandato de quatro anos em regime de meio período e não remunerado. Grupos de direitos humanos fizeram pressão contra a sua candidatura, acusando-o de não ter investigado queixas de tortura contra as forças de segurança dos Emirados Árabes Unidos. O Gen Raisi nega as acusações e o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos disse "acreditar firmemente em que o abuso ou maus-tratos pela polícia são repugnantes e intoleráveis".
Raisi foi eleito presidente da Interpol após três rodadas de votação pelos Estados membros na assembleia geral da agência em Istambul, Turquia. A suas funções incluirão presidir às reuniões do comité executivo, que supervisiona o trabalho do Secretário-Geral Jürgen Stock. Stock é um funcionário em tempo integral que supervisiona o funcionamento do dia-a-dia da Interpol.
O Gen Raisi twitou que foi uma "honra" ser eleito presidente e prometeu "construir uma organização mais transparente, diversa e efetiva que trabalhe para garantir a segurança de todos". Numa declaração separada, ele declarou que os Emirados Árabes Unidos são "um dos lugares mais seguros do mundo" e que o Estado do Golfo Árabe continua a ser a "força mais importante para uma mudança positiva na região mais difícil do mundo".
Mas a investigadora da Human Rights Watch para a regiao do Golfo, Hiba Zayadin, classificou este como "um dia triste para os direitos humanos e o estado de direito em todo o mundo". Ela garante que o general era "um representante daquele que é indiscutivelmente o executivo mais autoritário do Golfo, que equipara dissidência pacífica a terrorismo".
A eleição também foi condenada pelo académico britânico Matthew Hedges, que apresentou uma ação por danos ao Tribunal Superior de Londres que acusa Gen Raisi e três outros altos funcionários dos Emirados Árabes Unidos de estarem envolvidos na prisão por falsos pretexto e tortura que alegadamente sofreu nos Emirados Árabes Unidos em 2018.