As autoridades turcas processaram judicialmente 30 pessoas por divulgarem mensagens "falsas" e "infundadas" na rede social Twitter, sugerindo que o Presidente Recep Erdogan tinha morrido.
Um comunicado da polícia turca informou hoje que as 30 pessoas estão a ser investigadas por ter compartilhado mensagens com a 'hashtag' "olmus", a palavra turca que pode ser traduzida como "morto", estando agora indiciadas por terem difundido "desinformação e conteúdo manipulador", bem como por terem insultado Erdogan.
A saúde do Presidente Erdogan — de 67 anos e que está no poder há quase duas décadas — tem sido objeto de insistente especulação na Turquia, depois de vários vídeos divulgados nas redes sociais o apresentarem como uma pessoa enfraquecida e adoentada.
Numa tentativa para dissipar os rumores sobre a saúde de Erdogan, os assessores presidenciais divulgaram hoje vídeos na rede social Twitter onde o Presidente aparece a caminhar com firmeza, após uma viagem de avião entre Istambul e Ancara.
No mês passado, o gabinete presidencial já tinha difundido um outro vídeo em que Erdogan surgia a jogar basquetebol, para travar os rumores de que estaria doente.
A agência de notícias estatal Anadolu também divulgou hoje um vídeo com Erdogan numa receção oficial no seu palácio presidencial, onde deve receber quatro embaixadores até ao final do dia.
A aparição pública anterior de Erdogan datava de domingo, na cimeira do G20 em Roma, onde o Presidente turco se encontrou com o seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden.
Contudo, Erdogan cancelou a sua participação na conferência climática da ONU (COP26), em Glasgow (Reino Unido), onde era esperado na segunda-feira, alegando razões de "segurança".
Em 2011, Erdogan, na altura ocupando o cargo de primeiro-ministro, fez uma intervenção cirúrgica ao intestino, alimentando especulações sobre o seu estado de saúde, tendo um dos seus médicos negado que o Presidente estava com cancro.