Três argelinos mortos em atentado atribuído a Marrocos

Três argelinos mortos em atentado atribuído a Marrocos


As tensões aumentaram recentemente, tendo, em agosto, chegado a uma rutura das relações diplomáticas entre a Argélia e o seu vizinho Marrocos.


Três cidadãos argelinos foram mortos na segunda-feira num atentado bombista atribuído a Marrocos e que visou camiões que ligavam a Mauritânia à Argélia, noticiou hoje a agência oficial argelina APS.

 

A agência, que cita um comunicado da presidência argelina, adiantou que "três cidadãos argelinos foram cobardemente assassinados pelo bombardeamento bárbaro dos seus camiões, enquanto faziam a ligação Nouakchott-Ouargla".

"Vários fatores apontam para as forças de ocupação marroquinas do Saara Ocidental como [responsáveis] por este assassínio cobarde feito com armamento sofisticado", acrescentou a mesma fonte.

Com cerca de 3.500 quilómetros de extensão, a estrada que liga Nouakchott a Ourgla, no sul da Argélia, segue ao longo do Saara Ocidental.

O comunicado não especifica o local exato onde terá ocorrido o ataque, mas o diretor do site de informação militar Mena Defense, Akram Kharief, avançou à agência francesa de notícias AFP que "os camionistas argelinos foram mortos em Bir Lahlou, no Saara Ocidental".

"O seu assassínio não ficará impune", garantiu a presidência da Argélia, em comunicado, homenageando "as três vítimas inocentes de um ato de terrorismo de Estado".

Após a publicação inicial de informação sobre este incidente nas redes sociais, na terça-feira, o exército mauritano negou que o ataque tenha acontecido em território mauritano.

O Saara Ocidental, uma ex-colónia espanhola, é considerado "território não autónomo" pela ONU por falta de um acordo definitivo entre Marrocos e Argélia, que apoia a Frente Polisário, movimento que defende a autonomia do Saara Ocidental e instituição da República Árabe Sarauí Democrática.

As tensões aumentaram recentemente, tendo, em agosto, chegado a uma rutura das relações diplomáticas entre a Argélia e o seu vizinho Marrocos.

A crise eclodiu após a normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel, em troca do reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania marroquina sobre o Saara Ocidental.

Rabat controla quase 80% daquele vasto território desértico, mas com um subsolo rico e águas limítrofes repletas de peixes, enquanto Argel apoia os separatistas sarauís da Frente Polisário.