Depósitos a prazo
Se a sua simplicidade é uma das vantagens, a taxa de remuneração oferecida torna este produto financeiro menos atrativo devido à redução das taxas da Euribor. Apesar de ter vindo a perder adeptos nos últimos anos devido às taxas de juro que apresenta, continua a ser um dos instrumentos de poupança preferidos dos portugueses. A maioria dos depósitos estão a pagar, em média, uma taxa anual líquida próxima do zero. Mas se é certo que não existe nenhuma aplicação financeira que esteja 100% isenta de risco, também é verdade que há aplicações que comportam um risco maior do que outras. Se analisarmos a escala de risco dos vários produtos financeiros disponíveis para os aforradores e investidores, os depósitos estão entre as aplicações mais seguras e, no pior cenário e se o banco falir, os clientes podem recorrer ao Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por banco e por titular. Mas se é certo que não existe nenhuma aplicação financeira que esteja 100% isenta de risco, esta comporta menos.
Certificados de aforro e CTPV
A perda de atratividade dos depósitos a prazo está a levar os aforradores portugueses a olharem cada vez mais para os produtos de poupança do Estado. Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) desapareceram, mas deram lugar aos Certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV), que oferece uma remuneração mais baixa, e um prémio que vem mais tarde. Não é tão atrativo quanto o antecessor: paga 0,7% nos dois primeiros anos, a taxa sobe para 0,8%, 0,9% e 1% nos anos seguintes, sendo que no sexto e sétimo ano os títulos oferecem uma remuneração de 1,3% e 1,6%. Ou seja, é preciso manter até final para assegurar as taxas maiores.
Obrigações do Tesouro
Até há bem pouco tempo, adquirir obrigações do Tesouro (OT) era um bom negócio, já que era uma das formas mais rentáveis de aplicar as poupanças de médio ou longo prazo com capital garantido. Mas o certo é que as OT ganharam uma nova vida quando, em 2016, o Estado lançou as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), uma vez que este produto é o principal instrumento do Estado para satisfazer as suas necessidades de financiamento. O certo é que este produto de poupança tem invertido a tendência de desinvestimento em títulos de dívida que as famílias portuguesas vinham traçando. Em relação ao risco, é semelhante ao dos certificados, ou seja, só há risco de perder capital se o Estado entrar em incumprimento.
Plano Poupança Reforma
A principal vantagem dos PPR era o benefício fiscal que proporcionavam, pois permitiam deduzir 20% das entregas anuais efetuadas até 300, 350 ou 400 euros, consoante a idade do subscritor. Mas, desde 2015, as regras mudaram: os limites são em função da idade (400 euros até aos 35 anos, 350 euros entre os 35 e os 50 anos ou 300 euros para quem tenha mais de 50 anos), conjugados com os limites das deduções totais à coleta. A maioria dos PPR tem capital garantido, por isso, o perfil de risco é moderado. Para a Deco, quem está a menos de dez anos da reforma não deve aplicar mais dinheiro em PPR para poder resgatar aos 60 anos sem problemas. Já quem tem entre os 40 e os 55 anos pode continuar a investir, porque alguns PPR apresentam juros mais elevados que os depósitos.
Bolsa
O investimento direto na Bolsa ainda assusta muitos portugueses. Pode representar um negócio rentável, mas o risco é sempre mais elevado em relação aos outros produtos de investimento. O investidor pode fazer a compra individualmente, quando escolhe diretamente as ações que deseja, ou através de fundos de ações, ao adquirir unidades de participação de um destes instrumentos. Os especialistas aconselham os interessados a fazer este investimento a prazo (pelo menos a cinco anos) para ultrapassarem as flutuações do mercado. Qual a melhor solução para aplicar o seu dinheiro? O melhor é ir investindo de forma periódica e regular. A tendência dos mercados financeiros é para valorizarem a longo prazo. O investimento periódico e regular permite ainda expurgar os efeitos da emoção no investimento. Não vale a pena tentarmos adivinhar o melhor momento para investir. Não se esqueça, no entanto, de que em momentos de maior incerteza devemos evitar o investimento num determinado ativo. O foco deverá passar por uma estratégia diversificada em que apostamos em vários ativos.
Ouro
O ouro continua a ser visto como um bom investimento de refúgio no caso de uma grave crise mundial e de colapso do sistema financeiro. No entanto, esta vantagem só se aplica ao metal em termos físicos já que, no que toca ao investimento em produtos financeiros associados ao ouro (fundos, ETF, entre outros), é preciso ter em conta que a cotação desta matéria-prima é extremamente difícil de prever.
Há ainda outras desvantagens que estão associadas ao seu potencial de valorização e à especulação no mercado. E, ao contrário do que possa pensar, quando decidir vender as barras, nada garante que ganhe dinheiro. Se considerarmos as comissões e as margens praticadas pelos bancos, a perda será ainda mais agravada. É muito provável que, mesmo num período de subida da cotação internacional do ouro, não consiga um melhor preço pelas barras, dado o diferencial que existe entre o valor da venda e o da compra. Tenha sempre em consideração o horizonte temporal, que deve ser encarado numa perspetiva de longo prazo, e as perdas potenciais do investimento para evitar que perca o seu brilho.
Outras regras a seguir
Faça um mapa de receitas e despesas
Faça um mapa de receitas e despesas, apontando diariamente todos os encargos, só fazendo uma lista exaustiva das despesas vai ser possível avaliar o caminho que o seu dinheiro está a tomar. Além disso, será ainda possível avaliar o peso das diferentes despesas no orçamento familiar, de forma a reequilibrar as contas.
Capacidade de endividamento
É a chamada taxa de esforço. Na prática, não é mais do que verificar quanto pesam os créditos no seu orçamento. Se os créditos ultrapassam os 40% e prevê que esse valor aumente, tenha atenção, porque está na zona de alerta.