Tudo isto é um plano de Costa e Marcelo


Há quinze dias escrevi neste mesmo espaço que o orçamento de estado passaria e tudo o resto era fumaça. Enganei-me. Enganei-me porque me recusei a acreditar que fosse o próprio Costa a querer fazer cair o Governo, para mais, tendo como cúmplice dessa queda, em minha opinião, Marcelo Rebelo de Sousa. Costa nunca quis negociar.…


Há quinze dias escrevi neste mesmo espaço que o orçamento de estado passaria e tudo o resto era fumaça.

Enganei-me. Enganei-me porque me recusei a acreditar que fosse o próprio Costa a querer fazer cair o Governo, para mais, tendo como cúmplice dessa queda, em minha opinião, Marcelo Rebelo de Sousa.

Costa nunca quis negociar. Apenas não se queria demitir.

É Costa a ser uma vez mais, António Costa. Mais um truque. Mais um malabarismo. Farto que estava da extrema esquerda era hora de se livrar dela. Livrar-se dela, dando a entender que foi ela quem o abandonou.

Daqui em diante vai ser uma vítima a cavalgar a onda de ter sido traído para tentar alcançar a maioria absoluta, seu real e único objectivo.

Marcelo já sabia o que ia acontecer. Estava avisado. Estava avisado e nada me tira da cabeça que cozinhou com Costa as eleições antecipadas. Nenhum dos dois fazia o que fez sem avisar o outro. Muito antes destes 15 dias infernais já ambos estavam articulados e cientes do programa da festa.

Só se assim se compreende o frenesim com que Marcelo alimentou o espectro da dissolução do parlamento enquanto o governo aparentemente ainda negociava com a extrema-esquerda.

Só assim se compreende o que dizia na imprensa, dizendo que os trâmites administrativos seriam já postos a mexer e assegurando que com um chumbo do OE, o país iria para eleições, “já, já, já “.

Logo, Marcelo. Um presidente da República sempre inútil no que realmente importou, que para lá das selfies e dos beijinhos, sempre fugiu das situações limite como o diabo foge da cruz.

O mesmo Marcelo que extravasando completamente os seus limites constitucionais, recebeu Rangel em Belém,  numa atitude totalmente anacrónica, para lhe poder dizer “ olha lá, pá…vê lá se despachas o Rio que eu vou marcar eleições”.

Ou alguém acredita que Marcelo recebe Rangel em Belém, inocentemente? Para todos efeitos, para já, quem é Paulo Rangel? Nada mais que um candidato à liderança de um partido.

Viram Marcelo receber Nuno Melo?

Só há aqui um pormenor que ainda me está a escapar. É o momento em que Marcelo e Costa se terão de separar no tabuleiro de jogo. Mas alguma coisa me diz que quando se afastarem, também esse afastamento vai ser um embuste, pela simples razão de que até nisso estão já também, articulados.

Cabe agora ao país acabar com todos estes jogos palacianos e virar à Direita.

Ainda que mais ou menos por si próprio forçada, que da queda deste Governo não percamos a oportunidade de reerguer Portugal.

Rodrigo Alves Taxa