Telmo Correia, líder parlamentar do CDS-PP, terá sugerido a Ferro Rodrigues que o melhor timing para eleições seria no final de janeiro ou fevereiro. Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, ter-se-á sentido desautorizado e relembrou Telmo que não é ele quem define essa estratégia. As declarações de Telmo Correia, aliás, “só o vinculam a ele”, sendo que cabe a Rodrigues dos Santos e à restante direção “definir a estratégia política do partido”, disse fonte dessa estrutura ao Observador. “Em caso de dissolução da Assembleia da República, as eleições devem realizar-se o mais brevemente possível”, acrescentaram. Para a direção do CDS, o “país está em primeiro lugar” – palavras distantes das ditas em privado, à Comissão Política, antes de se saber da possibilidade do chumbo do Orçamento.
Rodrigues dos Santos pretende ir a Belém transmitir essa exata visão ao Presidente da República, ou seja, dizer-lhe que entende que "não se pode prolongar uma crise política que só prejudicaria a recuperação social e económica dos portugueses”, encontrando aí o sustento para defender que as eleições se realizem o mais brevemente possível.
O Congresso do CDS-PP – o vigésimo nono – realizar-se-á nos dias 27 e 28 de novembro e oporá Rodrigues dos Santos, atual líder, a Nuno Melo, eurodeputado e representante da ala de Paulo Portas. Note-se que caso se confirme a crise política, estará de pé a possibilidade de adiar o Congresso. Nuno Melo já arrancou a campanha interna, estando na estrada a falar com militantes.
Hoje, ao fim do dia, a direção da campanha de Nuno Melo, através de Nuno Magalhães, denunciou não estarem a ser cumpridas as regras de eleição dos militantes, acusando a atual direção do partido de não ter publicado as listas de delegados ao congresso.