Ex-marido que ateou fogo a mulher durante direto no TikTok condenado a pena de morte na China

Ex-marido que ateou fogo a mulher durante direto no TikTok condenado a pena de morte na China


Enquanto fazia um direto no Tik Tok, em setembro do ano passado, Amuchu foi regada com gasolina pelo ex-marido, que de seguida pegou-lhe fogo.


Um homem que matou a ex-mulher, com recurso a fogo, durante a gravação de um vídeo para a rede social Tik Tok, foi condenado à pena de morte pela justiça chinesa, esta quinta-feira.

A mulher era Amuchu, uma influencer digital, de nacionalidade tibetana. Com 30 anos, tinha milhares de seguidores na rede social Douyin – o equivalente chinês ao Tik Tok, e entretinha as pessoas com vídeos a passear, cozinhar e a cantar, vestida com um traje tradicional do Tibete.

Tudo parecia ser um dia normal. Enquanto fazia um direto no Tik Tok, em setembro do ano passado, Amuchu foi regada com gasolina pelo ex-marido, que de seguida pegou-lhe fogo.

A influenciadora digital não resistiu aos ferimentos, depois de estar internada no hospital durante duas semanas.

Amuchu separou-se do marido, três meses antes da mortes, por este apresentar comportamentos agressivos.

O crime gerou uma onda de indignação na China, abrindo as portas a um debate sobre a violência contra as mulheres naquele país.

"Este crime foi de uma crueldade extrema e o impacto que teve para a nossa sociedade foi terrível!", disse o tribunal num comunicado, ao informar ainda que o homem seria condenado à pena de morte por homicídio premeditado.

A morte da influencer mobilizou milhões de internautas que exigiram justiça para Amuchu nas redes sociais, ao recorrerem a uma hashtag, que mais tarde foi censurada pelas autoridades chinesas.

Apenas em 2016, o regime comunista na China começou a punir casos de violência doméstica. Segundo um estudo publicado pela Federação das Mulheres da China, em 2013, uma em cada quatro mulheres chinesas foi vítima deste tipo de violência ao longo da vida.

Recentemente, a China alterou a lei de divórcio para introduzir um período de espera de um mês antes de permitir a separação, uma vez que o regime quer combater divórcios impulsivos.

A reforma foi criticada porque muitos acreditam que implica a possibilidade das vítimas ficarem nas mãos dos cônjuges violentos.