Governo questionado acerca da “preocupante falta” de médicos na urgência pediátrica do Hospital de Faro pelo BE

Governo questionado acerca da “preocupante falta” de médicos na urgência pediátrica do Hospital de Faro pelo BE


Recorde-se que esta situação foi denunciada na quarta-feira por um grupo de médicos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). 


Depois de Nuno Fachada, diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal, se ter demitido tal como o diretor do serviço de Obstetrícia, Pinto de Almeida, em agosto, os problemas na área da saúde continuam a surgir. O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o Governo acerca das medidas que estão a ser tomadas para responder à "preocupante falta" de médicos na urgência pediátrica do Hospital de Faro, no Algarve.

Em requerimento apresentado ontem na Assembleia da República e hoje divulgado, os deputados bloquistas João Vasconcelos e Moisés Ferreira consideram que a realidade que se vive naquele serviço “é preocupante”, clarificando que “a situação de envelhecimento do corpo clínico aliada à constante saída de médicos (…) estão a tornar quase impossível o preenchimento das escalas na urgência” de pediatria do hospital da capital algarvia.

O Serviço de Urgência Pediátrica do Hospital de Faro é constituído por 13 pediatras, dos quais seis têm mais de 55 anos, ou seja, já alcançaram o limite etário para a dispensa da realização do serviço de urgência. “Para assegurar a Urgência de Pediatria 24 horas por dia, sete dias por semana, restam apenas seis pediatras e que, neste momento, estão reduzidos a quatro, devido a baixas médicas”, indicaram.

Segundo os deputados, “a habitual escala de urgência teria apenas um pediatra durante as 24 horas”, caso os médicos que alcançaram o limite etário para a dispensa da realização do serviço de urgência não o continuassem a realizar. João Vasconcelos e Moisés Ferreira explicaram que a escassez destes profissionais de saúde para o preenchimento das escalas “configura uma enorme sobrecarga de trabalho para estes profissionais, sobrecarga essa que pode colocar em risco a qualidade do serviço prestado”.

Recorde-se que esta situação foi denunciada na quarta-feira por um grupo de médicos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). Numa carta enviada à administração do CHUA, à tutela e a outras entidades, à qual a agência Lusa teve acesso, o grupo refere que o “envelhecimento persistente do corpo clínico” e a saída de médicos estão a dificultar o preenchimento das escalas na urgência e pede soluções urgentes. Deste modo, os deputados querem saber se o Ministério da Saúde tem conhecimento da situação, que medidas estão a ser tomadas pelo CHUA para responder à falta de profissionais no serviço da urgência pediátrica e de que forma pretende o Governo realizar o reforço de médicos naquele hospital do distrito de Faro.