Paradela (Mogadouro). Nesta freguesia, o resultado autárquico “não tira o pão para comer”

Paradela (Mogadouro). Nesta freguesia, o resultado autárquico “não tira o pão para comer”


A Paradela, em Mogadouro, é, com 127 habitantes, uma das freguesias mais pequenas do país.


Hoje saímos da Guarda e rumamos a norte: à freguesia da Paradela, concelho de Mogadouro, distrito de Bragança. A Paradela tem 127 habitantes, um valor que, como é habitual, tem decrescido.

Os leitores mais atentos poderão ter reparado que a primeira freguesia retratada neste plano autárquico denominava-se, também, Paradela e Granjinha. Ora, a Paradela (Mogadouro) de hoje, naturalmente, não se trata da já retratada há umas semanas. O nome – sim – é o mesmo, havendo uma razão para a sua repetição.

Segundo Henrique Martins, “o topónimo Paradela é da mesma família de Parada”, sendo a última o imposto medieval que obrigava os camponeses a acolher “sem reservas” os nobres ou membros da coroa (de onde decorriam as famosas histórias, descritas por José Hermano Saraiva, em que os nobres violavam as mulheres dos camponeses). Por se pagar a parada neste e noutros lugares, eles ficaram – “por corruptela” – conhecidos como Paradela.

Largando as toponímias, viremo-nos para a política: em 2017, a freguesia mudou a sua cor. Até esse ano, o PSD de Martinho de Nascimento governava a Paradela. Contudo, em 2017, 60,2% das pessoas – 97 votos – deram a vitória ao PS de Francisco Telo Afonso. Em segundo lugar, claro, o PSD, que com 61 votos obteve 37,8% das intenções de voto. Nulos registaram-se três: 1,8% dos que foram às urnas. Para um local da Paradela, tal viragem do PSD para o PS significou: “uma derrota para o PSD”, explicando que “quando há uma transição de um partido para outro” considera ser “uma derrota estrondosa”. E, sem reservas quanto às suas intenções de voto, atira: “espero que este ano seja igual ou superior”.

A escrutínio na Paradela, este ano, apresentar-se-ão novamente o PSD e o PS. À corrida, pelo PS, recandidata-se o atual Presidente da Junta: Francisco José Telo. Já pelo PSD irá uma senhora: Isabel de Castro. Apesar de haver uma “estreita amizade” entre os membros das duas listas candidatas, este popular – que já percebemos ser PS – frisa que, “da lista do PSD, só a candidata é que vive em Paradela”, pois o resto “vive quase tudo fora: o Tesoureiro, apesar de ter raízes cá, vive no Porto. A outra é de Mogadouro e o da Assembleia Municipal é de cá mas vive em Mogadouro”. Já na lista que apoia, “são todos da Paradela”.

“Não é isto que nos tira o pão para comer” Ao i, este local não se demonstra particularmente preocupado com as eleições, pois não é isso que lhes tira “o pão para comer”. Confiante na vitória do PS, salvaguarda que as eleições são sempre “uma carta fechada” – e daí segue a enumerar algumas das obras da junta. Em Paradela, “pavimentaram-se as ruas todas, fez-se um estrada projetada há 40 anos e resolveu-se uma fossa séptica”. Nota ainda que, apesar de a atual governação ser “caloira”, conseguiu dinamizar uma série de obras, sobretudos antes do Covid – “que foi doloroso para todo o país”. E conclui: “fez-se muito mas ainda há muito para fazer”.