Guilheiro, Trancoso, Guarda. 126 habitantes, com mais homens (68) do que mulheres (58) – um valor que costuma estar invertido. Curiosamente, a freguesia de Guilheiro constitui um exclave do Município de Trancoso, sendo, por isso, um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos. Mas há mais: Guilheiro, devido a essa descontinuidade territorial, é paralelamente uma parcela de território do distrito da Guarda localizada dentro do distrito de Viseu. A freguesia está separado do corpo do Município de Trancoso por uma estreita e comprida faixa que pertence a outra freguesia, sendo coloquialmente conhecida por “Manga”. A razão deve-se ao facto de Guilheiro ter sido vila e sede do concelho, com uma só freguesia, desde 1251 até ao início do século XIX.
Estando exposta a idiossincrasia geográfica da freguesia, debrucemo-nos agora sobre a sua política, esta já mais ortodoxa. Já há uns anos que a freguesia é PS. Em 2013, o PS conseguiu maioria absoluta, com 51,7% dos votos, deixando o PSD em segundo lugar. Em 2017, a mesma equação política vir-se-ia a repetir: embora tivesse tido menos quatros votos (72 em vez de 76), o PS do Guilheiro aumentou a sua votação, tendo agora obtido 58,5%. Seguiu-se-lhe, como já dito, o PSD, que com 40 votos teve 32,5% dos votantes a seu lado. Nota ainda para um candidatura do CDS-PP, que com quatro votos garantiu a simpatia de 3,25% dos fregueses que se dirigiram às urnas – um total de 123. Esses, considerando que estavam 193 elegíveis para votar, perfizeram um valor de 63,7% de afluência nas urnas, o que, do outro lado da moeda, significa 36,3% de abstenção: um valor baixo se comparada à média nacional dessas eleições. Por fim, nota para o facto de as vontades políticas da freguesia andarem de mão dada com as vontades políticas do concelho: Trancoso também é PS, com aproximadamente a mesma percentagem de votantes do Guilheiro, um espelho percentual que, curiosamente, também se estende aos resultados dos outros partidos.
Nas próximas eleições, a candidatura “Sim, é possível”, apoiada pela coligação PSD/CDS-PP, terá Albino Reis como candidato à freguesia de Guilheiro. O PS de Guilheiro também se deverá apresentar a eleições, sendo essa, contudo, uma informação que o i não conseguiu confirmar.
A Heráldica da freguesia Segundo o almeidense José Fernandes, “apesar de Guilheiro ter sido um concelho medieval com importância, o brasão da freguesia que agora a localidade é não reflete esse passado municipal”. Tal, explica, deve-se ao facto de em 2000 a freguesia ter proposto “a atribuição de um brasão com 3 torres prateadas, característico das freguesias e não com 4 característico dos municípios”. Nas armas de Guilheiro, poderá notar-se ainda a cor vermelha e a estrela da Ordem de Malta, algo que se deve ao facto da mesma ordem ter tido naquela região importantes bens.