António Costa diz que Portugal está a chegar a uma “fase de controlo da pandemia” e que grande parte desse esforço deve-se à vacinação, mas também à resiliência das empresas e das medidas tomadas pelo Estado durante este período.
“As nossas empresas mostraram uma resiliência muito grande. Felizmente, a nossa sociedade, a nossa economia, as nossas empresas resistiram melhor do que pensávamos e, modéstia à parte, as medidas adotadas pelo Governo deram um contributo muito positivo", realçou o primeiro-ministro na entrevista levada a cabo por Miguel Sousa Tavares na TVI, que afirmou que o Executivo socialista está em declínio, como o Titanic.
O líder do Governo respondeu à provocação: “Felizmente, não estamos nem no Titanic, nem o barco está a ir ao fundo. Pelo contrário, o barco demonstrou resistir bem à tormenta e temos boas condições para partir por águas safas, com ventos de feição", salientando ainda que Portugal foi o “país da União Europeia que mais cresceu economicamente no último trimestre".
Para demonstrar o bom estado de saúde da economia portuguesa, o primeiro-ministro indicou que “hoje os apoios podem diminuir, porque as dificuldades são menores”, visto que o país está a crescer “de novo acima da média europeia”, sublinhou.
Quanto ao Orçamento de Estado, António Costa voltou a tocar no assunto do desdobramento de escalões de IRS, ao definir como prioridades dois escalões: "um é o terceiro escalão, que está entre os 10 mil e os 20 mil euros, que é uma enorme diferença; e depois é o sexto escalão que é de rendimentos que vão desde os 36 mil euros a 80 mil euros. E, de facto, há uma diferença gigantesca entre quem tem 36 mil euros por ano e quem tem 80 mil por ano", apontou, ao acrescentar que este processo de estabelecer mais escalões deve ser mantido nos anos seguintes.
Em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Costa disse que, ao longo dos anos, "a aplicação de fundos europeus tem sido boa", visto que a ajuda monetária tem servido para várias áreas do Estado, tanto para requalificação de estradas como para promover avanços no Sistema Nacional de Saúde ou na Justiça, que, segundo o líder do Executivo, são feitos "a pensar nos cidadãos" e sem beneficiar nenhuma câmara que continue ou venha a ser liderada pelo PS após as eleições autárquicas.
O primeiro-ministro ainda assinalou que este PRR "teve o maior debate público da história e vai ser executado independentemente de o PS ganhar ou não em cada autarquia. Portugal até agora não tem desperdiçado fundos europeus".
De acordo com o Expresso, António Costa vai sair do Governo em 2023, uma informação que o primeiro-ministro não negou, nem confirmou. Para o líder do Governo, esta decisão deve ser tomada em sintonia com a sua mulher.
"Acabo de ser reeleito secretário-geral e tenho mandato até 2023. Tenho de estar concentrado na minha missão a 200%. Em 2023 vou fazer aquilo que qualquer responsável político deve fazer. Tenho de falar com a minha mulher para vermos como é a nossa vida. Não vou fazer nenhum tabu", admitiu Costa.