Turquia. Depois das chamas, as mortais inundações

Turquia. Depois das chamas, as mortais inundações


Inundações provocaram pelo menos 70 mortes e dezenas de desaparecidos.


Depois de ter vivido umas semanas traumáticas, causadas por devastadores incêndios, a Turquia enfrenta agora cheias, que já provocaram pelo menos 70 mortes e um número indeterminado de desaparecidos.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou o norte do país, região que foi mais afetada, para demonstrar solidariedade com as vítimas.

“Vamos fazer tudo aquilo que conseguirmos enquanto estado e o mais depressa possível, de forma a conseguirmos levantar das cinzas”, disse Erdogan, citado pelo Guardian.

“Não podemos trazer de volta os cidadãos que perdemos, mas temos o poder e os meios para compensar todos aqueles que perderam um ente querido”, prometeu o Presidente, que compareceu no funeral das primeiras vítimas das cheias e cancelou as celebrações do vigésimo aniversário do seu partido.

As cheias que trouxeram o caos à Turquia durante a última semana provocaram imensos danos às infraestruturas do país, tendo destruído edifícios, pontos e carros, obrigou ao encerramento de estradas e deixou centenas de aldeias sem eletricidade.

As inundações afetaram sobretudo as províncias de Kastamonu, Bartin e Sinop, situadas junto ao mar Negro, e foram causadas por chuva intensa na noite de terça-feira para quarta-feira.

Devido à chuva forte, o nível da água subiu até aos quatro metros em algumas cidades, segundo as autoridades.

Muitos cientistas estabelecem uma ligação entre o aquecimento global causado pela atividade humana e a ocorrência cada vez mais frequente de acontecimentos climáticos extremos, afirmação corroborada por um relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um órgão das Nações Unidas, onde foi revelado que o mundo está a “ficar sem tempo” para responder às alterações climáticas, uma vez que registou um aumento da temperatura uma década mais cedo que o suposto.

A Turquia, que não ratificou o acordo de Paris sobre o clima de 2015, foi palco de várias catástrofes naturais, nomeadamente episódios de seca e violentos fogos florestais.

Vários responsáveis políticos e associações estão a pressionar o Presidente Erdogan a tomar medidas radicais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.