O estudo serológico que irá conhecer o nível imunidade à covid-19 nos lares de idosos vai ajudar o Governo a perceber quais as medidas necessárias a adotar no próximo inverno, indicou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, esta terça-feira, que deixou de parte a possibilidade desta avaliação vir a decidir sobre a toma da terceira dose da vacina em idosos.
A análise já arrancou na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, em Sagres, e irá recolher dados de 5.200 utentes de 62 lares de idosos do Algarve e do Alentejo, referiu Ana Mendes Godinho à agência Lusa. Todos os selecionados estão agendados até ao fim de agosto, uma amostra que a ministra considera ser “muito representativa”.
Segundo a governante, o estudo servirá para "identificar as medidas necessárias para o outono inverno, é essa a preocupação", bem como criar "capacidade também de antecipação e de ter maior informação possível cientifica em relação à população nos lares”.
Ana Mendes Godinho disse que este estudo está a ser feito apenas com a população idosa, pois é “pioneiro a nível mundial por ser dedicado e focado num grupo de pessoas para depois conseguir fazer um retrato de comparação com outros grupos e universos de população".
Interrogada sobre se os resultados do estudo irão ajudar a perceber se será ou não administrada uma terceira dose da vacina aos grupos etários mais velhos, a ministra apontou o estudo como “mais uma fonte de informação” sobre a evolução da situação, rejeitando a hipótese de ser usado para esse fim.
"As decisões sobre a evolução da vacinação serão tidas a seu tempo e pelas autoridades de saúde, não sendo o estudo decisivo ou um instrumento para esse efeito", realçou Ana Mendes Godinho, ao reforçar que o estudo servirá principalmente para antecipar a implementação de medidas para o outono/inverno.
A ministra disse que atualmente existem 56 surtos ativos em lares e que a vacinação é a razão para “o impacto e a gravidade da doença” seja menor, uma vez que os idosos dos lares estão quase todos protegidos do vírus.
Os resultados do estudo serão conhecidos em setembro, após a avaliação conduzida pela Fundação Champalimaud e pelo Algarve Biomedical Center.