CGD. Trabalhadores em greve exigem negociação da tabela salarial

CGD. Trabalhadores em greve exigem negociação da tabela salarial


SNQTB e SIB também aderiram à greve que hoje decorre garantindo que “não toleram despedimentos coletivos ou ameaças de extinção de postos de trabalho”.


Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) manifestam-se hoje junto à sede da instituição bancária numa ação que tem como principal objetivo exigir a negociação efetiva da tabela salarial e das cláusulas de expressão pecuniária. A greve foi convocada pelo sindicato dos trabalhadores do grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) que enumera ainda outro tipo de razões para esta greve como a exigência de melhores condições de trabalho, destacando a “autêntica razia na redução do número de trabalhadores”que “tem conduzido a um aumento da pressão, assédio e baixas por burnout” bem como horas extraordinárias e ainda a “autêntica banalização e massificação do assédio na CGD, nomeadamente, no ataque de que são alvo os trabalhadores selecionados para saírem da empresa” através dos programas de rescisão por mútuo acordo e reformas antecipadas que “quando não aceitam a proposta da empresa, perdem os complementos remuneratórios, são transferidos do local de trabalho e passam a desempenhar funções inferiores à sua categoria”.

Os trabalhadores estão ainda contra a destruição de postos de trabalho e o encerramento de mais agências.

Na passada sexta-feira o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) anunciaram que vão também aderir a esta greve e apelaram a que todos os sócios do grupo CGD também participem, “garantindo que irão proceder ao pagamento, através dos respetivos Fundos de Greve, da perda de retribuição comprovadamente ocorrida”.

Na nota conjunta, o SNQTB e o SIB dizem exigir serem informados “sobre o conteúdo dos processos de reestruturação levados a cabo no setor bancário e não admitem ser excluídos de participar no debate sobre os mesmos”, alertando também que não “toleram despedimentos coletivos ou ameaças de extinção de postos de trabalho e caso ocorram será, de imediato, convocada nova greve”.

Recorde-se que, apesar de, no final do mês passado, o Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) terem anunciado que a CGD comunicou que vai iniciar em setembro a revisão da tabela salarial, o STEC decidiu manter a greve.

 

Saídas

Só no primeiro semestre deste ano, a Caixa Geral de Depósitos perdeu 135 trabalhadores e 325 pediram para sair. “A Caixa não tem nenhum número fechado para saídas. Não tem, digamos, um objetivo concreto mas, obviamente, terá que fazer a adaptação como os outros bancos. Aliás, os outros bancos fazem essa adaptação para se tornarem mais competitivos. Se a Caixa compete com eles, de certeza que a solução da Caixa não é ficar parada”, justificou Paulo Macedo, CEO da CGD na altura em que apresentou o lucro de 294 milhões do banco nos primeiros seis meses do ano.

O problema das saídas é transversal a outras instituições bancárias. No final do mês passado os trabalhadores bancários manifestaram-se em frente à Assembleia da República contra os despedimentos promovidos por vários bancos, numa manifestação organizada pelos sete sindicatos do setor.