O Governo continua a sua gestão da pandemia espalhando o seu charme à medida do freguês e iludindo tudo e todos. Vejamos alguns pequenos exemplos: a limitação horária e o recolher obrigatório foi uma decisão do Executivo de António Costa, pois os cientistas que fornecem os dados ao Governo nunca falaram em tal coisa. A decisão, legítima, como é evidente, partiu de António Costa. Agora, a partir de domingo o vírus passará a ir dormir mais tarde, por volta das duas da manhã, já que o primeiro-ministro foi muito bonzinho connosco e vai deixar-nos ir ao supermercado até à meia-noite e jantar fora até às duas da manhã. Com um governante destes como podemos ser tão injustos?
Mas vamos a outros casos. Quem não se recorda do famoso movimento a “Pão e Água” que durante vários dias esteve em greve de fome em frente à Assembleia da República? Qual a razão para essa contestação ter desaparecido? Onde anda o famoso chef Ljubomir Stanisic e os outros proprietários de espaços de diversão noturna? Depois da reunião no Ministério da Economia desapareceram todos. O único que resta é José Gouveia, presidente de uma associação de discotecas, e que não tem nenhum espaço próprio, pois é diretor de um conhecido grupo hoteleiro. E os outros? Por que razão desapareceram? Lá terão as suas razões, muito louváveis, mas ninguém deixa de fazer uma greve de fome se não começar a comer…
O Executivo de Costa adora navegar à vista, resolvendo problema a problema para se ir mantendo no poder. Por isso a noite, leia-se discotecas, vai continuar a dormir até outubro. Mas Costa devia de ter a coragem de dizer que o Governo iria indemnizar todos os proprietários, de acordo com o que descontavam antes da pandemia. Obrigam-se pessoas a não trabalhar e não se as compensa? A noite, ao ar livre, é assim tão negativa para a saúde?
P. S. Esta semana ficou marcada pela “desistência” da superatleta americana Simon Biles, que argumentou razões de ordem psicológica. Com todo o respeito pela atleta, nada como ouvir Nélson Évora que disse uma coisa muito simples: basicamente, argumentou que os atletas não podem perder o lado de criança que há neles, pois quando vão competir nunca se devem esquecer de se divertir. A pressão existe todos os dias. Nélson Évora pode até nem ganhar uma medalha, mas para mim fica já com um lugar do pódio nestes jogos.