O Governo anunciou a “maior compra de sempre de comboios” para a CP – Comboios de Portugal, no valor de 819 milhões de euros. O ministro das Infraestruturas revelou que o “objetivo é substituir material circulante obsoleto” e, ao mesmo tempo, dar resposta à atual procura crescente e à previsão de aumento da procura nos próximos anos.
Para isso, segundo o governante, vai ser lançado um concurso para a aquisição de 117 automotoras elétricas. Para Pedro Nuno Santos não há dúvidas: “Vamos fazer a maior compra da história da CP e usar essa compra como catalisador para promover um novo setor em Portugal, o setor ferroviário”, disse o ministro, no final do Conselho de Ministros.
Pedro Nuno Santos explicou que, a par do grande investimento na compra de comboios, o Governo acredita que era preciso “aliar a esta aquisição a uma estratégia industrial”. E lembra: “já que vamos fazer um elevado investimento na aquisição de comboios”, o executivo quer que este “tenha consequências na indústria nacional”.
Por isso, o caderno de encargos deste concurso tem como objetivo “garantir que uma parte considerável da produção de comboios fornecidos a Portugal tenham incorporação nacional”, adiantou o ministro.
Pedro Nuno Santos explicou que, a par do grande investimento na compra de comboios, o Governo acredita que era preciso “aliar a esta aquisição a uma estratégia industrial”.
Por isso, o caderno de encargos deste concurso tem como objetivo “garantir que uma parte considerável da produção de comboios fornecidos a Portugal tenham incorporação nacional”, adiantou o ministro.
E lembrou: “Todos os países europeus estão a investir na infraestrutura ferroviária e no material circulante e queremos que Portugal possa participar neste importante setor económico”.
Primeiras entregas em 2026
A adjudicação, de acordo com o governante, seja feita até ao final do próximo ano, sendo que os primeiros comboios deverão começar a chegar em 2026. A previsão é que cheguem todos até 2029. “A partir de 2026 chegam três comboios por mês e em 2029 esperamos ter todos a funcionar”, detalhou o governante.
“Teremos sempre cerca de três anos e meio a quatro anos para o primeiro comboio ser entregue”, explicando que, assim, a primeira composição deverá chegar em 2026 e “a uma cadência de três por mês” o processo deverá estar concluído até 2029.
O ministro revelou ainda que este investimento será financiado por instrumentos comunitários, mas não pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Raio X
A distribuição anunciada para as 117 automotoras elétricas (material circulante) pelos diversos serviços é a seguinte: 62 para o serviço urbano — 34 para linha de Cascais (para substituir o “material obsoleto” que circula atualmente), 16 para outras linhas da região de Lisboa (Sintra, Azambuja e Sado) e 12 para o Porto — e 55 para o serviço regional.
O Governo aprovou ainda a criação de um centro de competências onde se fará investigação e formação na área da ferrovia, em Guifões, Matosinhos, perto das oficinas da CP – Comboios de Portugal.