Da pandemia à la carte e um país sem rumo


De toda esta amálgama resulta claro que continuamos sem perceber, na prática, qual o plano concreto e determinado que Portugal neste momento tem para conseguir ultrapassar a pandemia que nos assola da forma mais equilibrada possível


Nos últimos meses vários têm sido os momentos em que tem ficado perfeitamente evidente que Portugal não tem uma estratégia clara para combater a pandemia que nos assola. Sanitária e economicamente. 

E não, obviamente que não se pode dizer que uma situação destas seja fácil para qualquer governante ou que tudo quanto quem governa faça está mal feito ou bem feito. No entanto, este juízo, honesto e pragmático, não pode servir para justificar o completo desnorte que o Governo português tem constantemente demonstrado em muitas ocasiões. 

Sanitariamente, ora confina aqui, ora desconfina ali, tão depressa não pode haver marcha atrás no desconfinamento como volta tudo a confinar, os jogos de futebol não podem receber público mas a final da Liga dos Campeões contou com pessoas na bancada, o Campo Pequeno pode dar concertos musicais mas não pode dar touradas, o Presidente da República diz que o país não pode retroceder no alívio das restrições impostas e passados poucos dias António Costa faz o contrário, há países que nos colocam nas listas de interdição mas nós a muitos deles não fazemos o mesmo, etc. Por aí fora, numa saga de episódios sucessivos e em catadupa que todos conhecemos e que provam muito claramente que aquilo que escrevo é a mais elementar das verdades.

De toda esta amálgama resulta claro que continuamos sem perceber, na prática, qual o plano concreto e determinado que Portugal neste momento tem para conseguir ultrapassar a pandemia que nos assola da forma mais equilibrada possível. 

Economicamente o cenário é igualmente negativo e preocupante. Bem sei que com a chegada do verão, das férias, da necessidade de descanso físico e mental ou mesmo de tudo quanto envolva as eleições autárquicas que se aproximam, tudo será utilizado para distrair as pessoas do que verdadeiramente interessa. 

Mas mantenhamos o foco. O primeiro-ministro pode andar a anunciar grandes obras, mas continuamos sem dinheiro para nada. Alguns candidatos autárquicos podem andar a prometer mundos e fundos, mas têm obrigação de saber a situação crítica em que nos encontramos.

O Governo pode andar todo risonho a falar na “bazuca” como a cura para todos os nossos males, mas ainda ninguém disse a verdade às pessoas, explicando que o dinheiro que dela consta não pode na sua larga maioria ser utilizada para minorar os danos ou prejuízos causados pela pandemia.

As moratórias podem estar a ser constantemente prolongadas, mas chegará o dia em que não poderão sê-lo mais. E nesse momento, todos quantos continuam sem poder faturar terão de somar a isso o pagamento das obrigações que ainda que empurradas com a barriga terão de ser liquidadas.

Escrever tudo isto é doloroso. Escrever tudo isto não é simpático. Escrever tudo isto não cria amigos a ninguém. Escrever tudo isto não representa tirar partido político de um cenário que nos prejudica a todos como portugueses independentemente do quadrante político em que estejamos inseridos. Mas alguém tem de o dizer. Mais, os portugueses têm de exigir que alguém o diga, clarifique, explique e resolva. 

Não podemos é continuar a permitir que quem nos governa, mais que ser completamente inapto ou incompetente para o efeito, nos arraste a todos para essa mesma inaptidão e incompetência. O preço será altíssimo e tenho sérias dúvidas que se nos mantivermos neste caminho em que todos quantos não deviam fazê-lo, assobiam para o ar, tenhamos daqui a poucos meses algo a que ainda possamos continuar a chamar, país de primeiro mundo.

Da pandemia à la carte e um país sem rumo


De toda esta amálgama resulta claro que continuamos sem perceber, na prática, qual o plano concreto e determinado que Portugal neste momento tem para conseguir ultrapassar a pandemia que nos assola da forma mais equilibrada possível


Nos últimos meses vários têm sido os momentos em que tem ficado perfeitamente evidente que Portugal não tem uma estratégia clara para combater a pandemia que nos assola. Sanitária e economicamente. 

E não, obviamente que não se pode dizer que uma situação destas seja fácil para qualquer governante ou que tudo quanto quem governa faça está mal feito ou bem feito. No entanto, este juízo, honesto e pragmático, não pode servir para justificar o completo desnorte que o Governo português tem constantemente demonstrado em muitas ocasiões. 

Sanitariamente, ora confina aqui, ora desconfina ali, tão depressa não pode haver marcha atrás no desconfinamento como volta tudo a confinar, os jogos de futebol não podem receber público mas a final da Liga dos Campeões contou com pessoas na bancada, o Campo Pequeno pode dar concertos musicais mas não pode dar touradas, o Presidente da República diz que o país não pode retroceder no alívio das restrições impostas e passados poucos dias António Costa faz o contrário, há países que nos colocam nas listas de interdição mas nós a muitos deles não fazemos o mesmo, etc. Por aí fora, numa saga de episódios sucessivos e em catadupa que todos conhecemos e que provam muito claramente que aquilo que escrevo é a mais elementar das verdades.

De toda esta amálgama resulta claro que continuamos sem perceber, na prática, qual o plano concreto e determinado que Portugal neste momento tem para conseguir ultrapassar a pandemia que nos assola da forma mais equilibrada possível. 

Economicamente o cenário é igualmente negativo e preocupante. Bem sei que com a chegada do verão, das férias, da necessidade de descanso físico e mental ou mesmo de tudo quanto envolva as eleições autárquicas que se aproximam, tudo será utilizado para distrair as pessoas do que verdadeiramente interessa. 

Mas mantenhamos o foco. O primeiro-ministro pode andar a anunciar grandes obras, mas continuamos sem dinheiro para nada. Alguns candidatos autárquicos podem andar a prometer mundos e fundos, mas têm obrigação de saber a situação crítica em que nos encontramos.

O Governo pode andar todo risonho a falar na “bazuca” como a cura para todos os nossos males, mas ainda ninguém disse a verdade às pessoas, explicando que o dinheiro que dela consta não pode na sua larga maioria ser utilizada para minorar os danos ou prejuízos causados pela pandemia.

As moratórias podem estar a ser constantemente prolongadas, mas chegará o dia em que não poderão sê-lo mais. E nesse momento, todos quantos continuam sem poder faturar terão de somar a isso o pagamento das obrigações que ainda que empurradas com a barriga terão de ser liquidadas.

Escrever tudo isto é doloroso. Escrever tudo isto não é simpático. Escrever tudo isto não cria amigos a ninguém. Escrever tudo isto não representa tirar partido político de um cenário que nos prejudica a todos como portugueses independentemente do quadrante político em que estejamos inseridos. Mas alguém tem de o dizer. Mais, os portugueses têm de exigir que alguém o diga, clarifique, explique e resolva. 

Não podemos é continuar a permitir que quem nos governa, mais que ser completamente inapto ou incompetente para o efeito, nos arraste a todos para essa mesma inaptidão e incompetência. O preço será altíssimo e tenho sérias dúvidas que se nos mantivermos neste caminho em que todos quantos não deviam fazê-lo, assobiam para o ar, tenhamos daqui a poucos meses algo a que ainda possamos continuar a chamar, país de primeiro mundo.