O interrogatório de Joe Berardo já terminou. O empresário e o seu advogado André Luiz Gomes vão conhecer na sexta-feira de manhã as medidas de coação decididas pelo juiz Carlos Alexandre, passando assim mais uma noite detidos no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária.
De acordo com as informações do Conselho Superior da Magistratura (CSM), o advogado de Berardo começou a ser interrogado às 9h23 desta quinta-feira, tendo sido interrompida a sessão às 13h, recomeçando às 14h23 e terminando às 18h.
De seguida, Joe Berardo foi interrogado a partir das 18h30 e uma hora depois, a sessão terminou. Tudo indica que o empresário não terá prestado declarações sobre o inquérito.
De notar que, à chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o advogado de Joe Berardo, Paulo Saragoça da Matta, deixou em aberto a possibilidade de o empresário depor no interrogatório.
Paulo Saragoça da Matta também se recusou a comentar aos jornalistas se a prova indiciária recolhida contra o arguido se estabelece mais em prova documental ou em escutas telefónicas, ao alegar não dizer nada sobre isso, pois o inquérito está em segredo de justiça.
O empresário Joe Berardo e o seu advogado de longa data André Luiz Gomes foram indiciados, na terça-feira, por crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais. Porém, ontem o juiz Carlos Alexandre decidiu indiciá-los de mais quatro crimes: falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.
Este caso conta com 11 arguidos – cinco pessoas individuais, entre elas o filho de Joe Berardo, Renato Berardo, e seis pessoas coletivas – e foi exposto ao olhar público após uma operação policial, na qual foram feitas cerca de 50 buscas, três das quais a estabelecimentos bancários. Berardo e seu advogado foram detidos, na terça-feira, pela suspeição na prática destes crimes.
De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral da República, em causa estará a forma como Berardo conseguiu obter financiamento de três bancos, além do esquema que terá montado para escapar ao pagamento dos credores, que “causou um prejuízo de quase mil milhões de euros à CGD, ao Novo Banco e ao BCP”.
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