A Groundforce prepara-se para anular o acordo com a TAP que permitiu pagar os salários de fevereiro e março aos 2400 trabalhadores da empresa de handling (e ainda os impostos de março), avança a SIC Noticias. A informação acrescenta que esta intenção já terá sido transmitida aos sindicatos e à comissão de trabalhadores e que estará agora em cima da mesa uma possível insolvência controlada da empresa.
Recorde-se que o acordo entre as partes permitiu à TAP comprar material da Groundforce por 6,97 milhões de euros que depois subalugou à própria empresa de gestão de bagagens por 461 mil euros/mês – uma forma encontrada para ser injetado dinheiro de imediato na empresa para fazer face ao colapso de tesouraria.
A companhia adquiriu à Groundforce tratores, rebocadores (designados push backs), escadas e autocarros, entre outros equipamentos. O acordo previa que os equipamentos pudessem ser recomprados pela Groundforce no prazo de até 60 dias (até final de maio). O que significa que o acionista privado terá de reunir e devolver à TAP nos próximos dois meses perto de sete milhões de euros. E se isso não acontecesse, os equipamentos passariam definitivamente para a esfera pública.
A “tempestade” que se abateu sobre a Groundforce foi tornada pública quando Alfredo Casimiro, líder do privado Pasogal (que detém 50,1% da empresa; os restantes 49,9% pertencem à TAP) e presidente da Groundforce, anunciou publicamente, no final de fevereiro, a rutura de tesouraria da empresa que controla desde 2012.
A partir daqui assistiu-se a um braço de ferro entre privado e Governo, com várias trocas de acusações. As últimas notícias apontavam para a posibilidade da Pasogal vender a sua parte na empresa a outro privado, mas, para já, esse desfecho parece não estar confirmado.