Homem de 60 anos nos cuidados intensivos depois de ter sido mordido por víbora-cornuda

Homem de 60 anos nos cuidados intensivos depois de ter sido mordido por víbora-cornuda


Depois de entrar na enfermaria do Hospital de Abrantes com dores e inchaço no braço, o estado de saúde do homem agravou-se e está agora internado nos cuidados intensivos. 


Um homem de 60 anos está internado nos cuidados intensivos do Hospital de Abrantes, depois de ter sido mordido por uma víbora-cornuda, na Aldeia de Santa Margarida, Constância.

O alerta foi dado, esta terça-feira, quando um homem “andava a arrancar ervas e a cuidar do jardim” e foi mordido por uma cobra num braço, explicou o comandante dos bombeiros voluntários de Constância, em Santarém, Marco Gomes, à agência Lusa.

“Com muitas dores e grande inchaço”, o homem foi encaminhado para o Hospital de Abrantes, tendo acompanhamento médico e vigilância previsível de 72 horas, indicou o comandante.

O estado de saúde do homem agravou-se hoje, confirmou, sem entrar em pormenores, uma fonte da unidade hospitalar do Centro Hospitalar do Médio Tejo à Lusa, ao indicar que o homem está a precisar de assistência médica nos cuidados intensivos.

De acordo ainda com Marco Gomes, depois da análise da espécie e do registo fotográfico da cobra, abatida no local, e também após da avaliação do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR), "chegou-se à conclusão que era uma víbora-cornuda, uma espécie não muito habitual na zona, sendo o seu 'habitat' em serras e zonas mais rochosas e que habitualmente não ataca se não se sentir ameaçada".

"O homem, ao estar a arrancar as ervas no jardim de sua casa, deve ter tocado na cobra e esta atacou, sentindo-se ameaçada", assinalou, ao acrescentar que se tratava de um 'exemplar juvenil', com cerca de 15 centímetros de comprimento.

O comandante dos bombeiros voluntários de Constância disse ainda que "as víboras-cornudas têm em média 50 centímetros na idade adulta" e que nunca tinha ocorrido um caso de mordidela com estas espécies na zona.

Por isso, é necessário ter alguma atenção aquando de uma mordidela deste género ou, por exemplo, de uma picadela de uma abelha. São "situações que podem causar um choque anafilático" devido ao veneno tóxico que se insere na nossa corrente sanguínea, indicou o comandante.

"Quando acontece uma situação destas o melhor é a pessoa manter a calma, não se enervar e evitar mexer-se para não espalhar o veneno no corpo e ser imediatamente assistido, sendo que, excecionalmente, pode representar risco de vida, nomeadamente em crianças", frisou Marco Gomes.

Esta cobra – víbora-cornuda – tem uma cabeça triangular com um apêndice na zona nasal, o que levou a ganhar a denominação de cornudas. São predominantes em Portugal e Espanha e os efeitos da sua mordidela podem durar de um a três dias. A Organização Mundial de Saúde recomenda vigilância durante 72 horas após um incidente.